Depois do pequeno alívio que o dólar deu na véspera, a moeda dos Estados Unidos voltou a subir nesta quarta-feira (21), rondando o patamar de R$ 2,42, com os investidores atentos à estratégia de intervenção do Banco Central e à divulgação da ata da reunião de julho do Federal Reserve.
Perto das 15h40 (horário de Brasília), o dólar subia 2,26%, para R$ 2,4482 na venda. Veja a cotação
No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,9% e fechou cotado a R$ 2,3941 na venda.
O BC realizou um leilão de swap tradicional - equivalente a venda de dólares no mercado futuro - durante a manhã e, mais tarde, anunciou que ofertará na quinta-feira mais 20 mil contratos de swap tradicional com vencimento em 1º de abril de 2014. Ambas as ofertas têm como objetivo a rolagem de contratos com vencimento previsto para 2 de setembro deste ano.
O BC realizou nesta manhã um leilão de rolagem de contrato de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no futuro. A autoridade monetária estendeu o vencimento de 20 mil contratos que vencem no início setembro para 1º de abril de 2014. O volume financeiro do leilão foi equivalente a US$ 987,9 milhões de dólares.
O avanço do dólar no Brasil, que continuava mesmo após o BC ter realizado leilão de swap cambial tradicional para rolar parte dos contratos que vencem no início de setembro, está em linha com a valorização de outras moedas no exterior, inclusive na América Latina.
Na terça-feira, a autoridade monetária aumentou os instrumentos de intervenção no câmbio, realizando leilões de swap para rolagem e novos contratos e leilão de linha, com a venda de dólares com compromisso de recompra. Além disso, o próprio presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, comentou a atuação, dizendo que quem apostava numa única direção do câmbio poderia ter perdas.
"O BC procurará quebrar a resistência dos especuladores e colocar o preço da moeda norte-americana em linha de ajuste, direcionado gradualmente ao preço de R$ 2,30, provavelmente não menos do que isto", afirmou à Reuters o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme.
Operadores e analistas começam a ver que o dólar pode se equilibrar ao redor de R$ 2,30 no curto prazo. O Credit Suisse, por exemplo, colocou como previsão a possibilidade de o dólar chegar a R$ 2,33 nos próximos três meses, acelerando a R$ 2,40 em 12 meses.