Dubai derruba bolsas por todo Mundo

Os investidores, na Europa e na Ásia, sentiram o impacto ontem da declaração do emirado de Dubai

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As Bolsas da Europa registram queda nesta sexta-feira, estendendo as perdas vistas ontem, de 3% em média. Os investidores, na Europa e na Ásia, sentiram o impacto ontem da declaração do emirado de Dubai, de pedir um prazo de seis meses para renegociar uma dívida de bilhões de dólares da Dubai World.

Nos Estados Unidos, os mercados financeiros estiveram fechados ontem devido ao feriado do Dia de Ação de Graças, mas a previsão para hoje --mais um dia sem o eventual apoio de divulgações de indicadores econômicos-- também é de perdas.

Às 9h06 (em Brasília), a Bolsa de Londres estava em baixa de 0,40%, indo para 5.173,29 pontos no índice FTSE 100; a Bolsa de Frankfurt caía 0,38% no índice DAX, para 5.592,76 pontos; a Bolsa de Zurique caía 0,36%, indo para 6.260,72 pontos no índice Swiss Market; a Bolsa de Paris registrava baixa de 0,40% no índice CAC 40, para 3.664,56 pontos; a Bolsa de Madri estava em baixa de 0,89%, com 1.206,75 pontos no índice Madrid General; e a Bolsa de Amsterdã tinha baixa de 0,50%, com 305,18 pontos no índice AEX General.

Na Ásia, a Bolsa de Tóquio caiu 3.22%; a de Seul (Coreia do Sul) perdeu 4,69%; a Bolsa de Hong Kong caiu 4,84%; a Bolsa de Taipé (Taiwan) caiu 3,21%; e a Bolsa de Xangai perdeu 2,36%.

A moratória já começou a afastar os investidores de papéis de maior risco; o temor dos investidores é que, mal saída de uma crise, a economia global possa estar em risco de novo diante da moratória em Dubai.

Ao mesmo tempo, alguns analistas viram no movimento para baixo de ontem uma reação um tanto excessiva e esperam que os baixos preços a que chegaram alguns papéis levem investidores a comprar, impedindo quedas mais acentuadas.

Bancos franceses informaram hoje terem exposição limitada à crise de dívida de Dubai: o Natixis afirmou ter exposição de cerca de US$ 50 milhões à dívida em espera da Dubai World, além de uma exposição direta "extremamente baixa" ao setor imobiliário do emirado. O Société Générale, por sua vez, disse que sua exposição à Dubai World é "limitada"; o BNP Paribas afirmou que o banco não tem exposição à bolha estatal de Dubai.

O Dexia divulgou ter uma exposição limitada ao DP World e o Calyon informou que a sua exposição ao Dubai World é "muito baixa".

Logo após o anúncio, a agência de classificação de risco Moody"s baixou a nota de seis importantes companhias do governo de Dubai --um dos emirados que foram os Emirados Árabes Unidos. "Um reescalonamento da dívida indicaria que o governo está se preparando para permitir que uma empresa ligada a ele não honre suas obrigações", afirmou a Moody"s.

A agência Standard and Poor"s também reduziu a classificação de cinco companhias do emirado, dizendo que o anúncio de quarta-feira representa o fracasso do governo de Dubai em dar apoio financeiro oportuno a uma companhia do primeiro plano.

Economistas do banco Credit Suisse disseram, segundo reportagem no site do diário americano "The Wall Street Journal" que o impacto da moratória da Dubai World sobre a economia global vai depender de forma "crucial" da maneira como for conduzido o processo de renegociação da dívida.

Ontem o presidente do Comitê fiscal supremo, xeque Ahmed ben Said al Maktum, disse que o pedido de moratória é necessário para "encarar o fardo da dívida". "Entendemos as preocupações do mercado e dos credores (...) Entretanto, tivemos que intervir devido à necessidade de empreender uma ação decisiva para encarar o fardo da dívida", afirmou.

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