Economia brasileira cresceu 0,9% e recuo de 0,3%, segundo IBGE

Resultado foi o pior desde 2009, quando o PIB registrou recuo de 0,3%.

Em 2011, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) fora de 2,7%. | G1
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A economia brasileira fechou 2012 com um crescimento de 0,9%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1º). O resultado ? que ficou muito longe dos 4% esperados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no final de 2011, apesar das várias medidas de estímulo anunciadas ao longo do ano ? foi o pior desde 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) havia registrado recuo de 0,3%.

Em 2011, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) fora de 2,7%. No quarto trimestre de 2012, o PIB variou 0,6%, segundo a pesquisa. Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 4,403 trilhões e o PIB per capita (por pessoa) somou R$ 22.402.

Na análise por setores, o de serviços foi o único a apresentar alta, de 1,7%, enquanto a indústria caiu 0,8% e a agropecuária, 2,3%. Em serviços, as maiores variações partiram dos segmentos de serviços de informação, que cresceu 2,9%, administração, saúde e educação pública, que avançou 2,8% e outros serviços, cuja alta foi de 1,8%. Na sequência, estão serviços imobiliários e aluguel (1,3%) e comércio (1,0%).

"O grupo de serviços cresceu de importância fortemente e tem que ser olhado como atenção. O grupo não é muito homogêneo, inclui serviços a famílias e empresas, intermediação financeira. Se esse crescimento é bom ou ruim é controverso. A indústria continua sendo o núcleo indutor da economia, sem ela, os serviços não sobrevivem. Quando se investe é em produção, os serviços são consequência", afirmou Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Quanto à agropecuária, que registrou forte queda sobre 2011, acima do que o mercado vinha prevendo, o IBGE informou que os números refletem o fraco desempenho da pecuária e a perda da produtividade de importante culturas da lavoura brasileira.

"A queda de produção na agropecuária, de 2,3%, foi influenciada principalmente pelos problemas de clima e pela queda no preço das commodities. O indicador contrasta com a safra recorde divulgada pelo IBGE para 2012. Isso porque a previsão de safra do instituto não analisa itens como cana-de-açúcar e laranja, que pesam muito na formação do PIB", apontou o coordenador do IBGE.

Na indústria, que caiu perto de 1% em 2012, os aumentos partiram das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (3,6%) e na construção civil (1,4%).

No mesmo período, na análise pela demanda, o consumo das famílias aumentou 3,1%, o nono ano seguido de taxas positivas. Para o IBGE, o resultado foi influenciado pelo crescimento da massa salarial dos trabalhadores (6,7%) e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas (14%). Os gastos do governo, que também entram no cálculo, aumentaram 3,2%.

"O consumo das famílias vem segurando a economia, com o 37º trimestre de taxas positivas de crescimento, fechando 2012 com 3,1% de variação", apontou Ramos. "[Essa] condição influencia os serviços, segmento que puxou a economia pela ótica da demanda (1,7% de variação). O destaque na categoria fica com os serviços prestados às famílias e às empresas como advogado, cabeleireiro, segurança, empregada doméstica. A renda real continua crescendo fazendo crescer também o consumo das famílias".

Em 2012, a taxa de investimento foi de 18,1% do PIB, abaixo da registrada em 2011, de 19,3%. Quanto à taxa de poupança, houve recuo, já que passou de 17,2% em 2011 para 14,8%.

Quanto setor externo, foram registradas altas de 0,5% nas exportações e de 0,2% nas importações de bens e serviços. Para o IBGE, a desvalorização cambial "ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações".

No mesmo período, na análise pela demanda, o consumo das famílias aumentou 3,1%, o nono ano seguido de taxas positivas. Para o IBGE, o resultado foi influenciado pelo crescimento da massa salarial dos trabalhadores (6,7%) e do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas (14%). Os gastos do governo, que também entram no cálculo, aumentaram 3,2%.

"O consumo das famílias vem segurando a economia, com o 37º trimestre de taxas positivas de crescimento, fechando 2012 com 3,1% de variação", apontou Ramos. "[Essa] condição influencia os serviços, segmento que puxou a economia pela ótica da demanda (1,7% de variação). O destaque na categoria fica com os serviços prestados às famílias e às empresas como advogado, cabeleireiro, segurança, empregada doméstica. A renda real continua crescendo fazendo crescer também o consumo das famílias".

Em 2012, a taxa de investimento foi de 18,1% do PIB, abaixo da registrada em 2011, de 19,3%. Quanto à taxa de poupança, houve recuo, já que passou de 17,2% em 2011 para 14,8%.

Quanto setor externo, foram registradas altas de 0,5% nas exportações e de 0,2% nas importações de bens e serviços. Para o IBGE, a desvalorização cambial "ajuda a explicar o maior crescimento relativo das exportações".

Países

No quarto trimestre de 2012, comparando com o mesmo período do ano anterior, o Brasil ficou com o pior desempenho entre os Brics, 1,4%, contra 7,9% da China, 4,5% da Índia, 2,5% da Rússia, e 2,2% da África do Sul, segundo o IBGE.

No ano, o PIB de 0,9% do país ficou abaixo da África do Sul (2,5%) e do México (3,9%).

Comparações trimestrais

Na comparação com o 3º trimestre de 2012, o PIB do 4º trimestre, que teve leve crescimento de 0,6%, o setor de serviços também mostrou a maior alta entre os três pesquisados, com avanço de 1,1%. Na sequência, aparece a indústria, que cresceu menos, 0,4%. Já na outra ponta está a agropecuária que, assim como nos números fechados de 2012, registrou forte queda, de 5,2%.

O consumo das famílias, nessa base de comparação, avançou 1,2%, e a do governo, um pouco menos, 0,8%. A formação bruta de capital fixo apresentou crescimento de 0,5%, após ter registrado quatro trimestres seguidos de queda. As exportações aumentaram 4,5% e as importações, 8,1%.

Frente ao mesmo período de 2011, a economia cresceu 1,4%. O setor de serviços teve alta de 2,2% e a indústria ficou estável, com pequena variação de 0,1%. Na outra ponta, a agropecuária sofreu forte recuo de 7,5%.

Nesse tipo de comparação, a despesa de consumo das famílias cresceu 3,9%, a 37ª alta seguida, e a do governo, 3,1%. A formação bruta de capital fixo caiu 4,5%. As exportações subiram 2,1% e importações de bens e serviços, 0,4%.

Previsões

A previsão do mercado financeiro, apresentada no início da semana, por meio do boletim Focus, do Banco Central, era de que o PIB teria uma expansão de 0,98%. A expectativa do Banco Central, que divulga a "prévia do PIB", indicava para uma expansão de 1,64%. No entanto, a estimativa oficial da instituição para o crescimento da economia do ano passado ficou em 1%.

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