om a desaceleração das vendas do comércio e da produção da indústria, o país pisou forte no freio e cresceu apenas 0,24% em fevereiro nas contas do Banco Central (BC). A expectativa dos analistas do mercado financeiro para o IBC-Br (índice do BC que mede a atividade no Brasil) era de uma expansão da economia de 0,3% no segundo mês do ano, ou seja, um ritmo mais lento da economia já estava previsto pelos analistas do mercado financeiro, mas ainda assim ficou abaixo do esperado.
Na comparação com o mês anterior, a desaceleração é forte: o dado de janeiro foi revisado de 1,26% para 2,35%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 2,41%, segundo dados dessazonalizados. A projeção do mercado financeiro para o crescimento no ano está em 1,65%.
Para Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, o resultado de fevereiro é compatível com sua expectativa de desaceleração do PIB no primeiro trimestre deste ano. O economista projetava avanço de 0,2%.
IBC-Br é diferente do cálculo do PIB
"Esse resultado de fevereiro, mesmo que positivo, confirma a tendência de desaceleração do IBC-Br no início deste ano. Considerando-se a manutenção do atual patamar em março, o indicador aponta para crescimento de 0,50% no primeiro trimestre", diz ele, em relatório enviado a clientes na manha desta quarta-feira.
O IBC-Br não pode ser considerado um espelho ou uma prévia do PIB porque o dado oficial é muito mais complexo. E as divergências aparecem nos números. Por essa discrepância, os economistas alertam que os dados do BC não refletem totalmente o que ocorre na economia brasileira.
Índice ajuda a formular política monetária
O índice foi criado pelo Banco Central para balizar a condução da política de juros para controlar a inflação. Hoje, a taxa básica de juros (Selic) está em 11% ao ano. A estimativa do mercado financeiro é que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente os juros até 11,25% ao ano.