A economia brasileira encolheu 0,12% no terceiro trimestre deste ano nas contas do Banco Central. De acordo com o Índice de Atividade Econômica da autarquia (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira, nem mesmo o crescimento contínuo das vendas do comércio foi suficiente para fazer o país crescer de julho a setembro. A previsão dos especialistas era que haveria estabilidade, ou seja, crescimento zero nesse período.
Também frustrou expectativas o desempenho da atividade econômica em setembro. As apostas eram que ele ficaria no campo positivo, mesmo que em um patamar muito baixo. Segundo o chamado ?PIB do BC?, a economia também mostrou retração no mês, mas muito mais leve: 0,01% apesar do resultado do comércio ser considerado posivito.
Ontem, o IBGE divulgou que as vendas do comércio cresceram 0,5% em setembro na comparação com agosto: abaixo das perspectivas do mercado financeiro. Foi o sétimo mês seguido de alta. Isso tem intrigado os especialistas, pois destoa dos demais dados mais modestos da economia brasileira. Não conseguiu, entretanto, deixar o IBC-Br positivo.
Esses dados do Banco Central foram dessazonalizados pelos técnicos, isso significa que já foram descontados fatores típicos de cada época do ano. O IBC-Br foi criado pela autarquia para balizar a política de controle de inflação no Brasil. Como o dado oficial de crescimento do Produto Interno Bruto (conjunto de todos os bens e serviços produzidos pelo país em um ano e divulgado pelo IBGE, PIB) é defasado, o BC divulga o seu número como referência do comportamento da atividade econômica.
Nos últimos 12 meses, a economia acumula um crescimento de 2,48%. Os economistas apostam numa clássica melhora de fim do ano, mas o otimismo não avança para o ano que vem. Os motivos são vários: alta dos juros, indústria instável, acomodação do emprego e da renda, perda de confiança de consumidores e empresários e inadimplência alta.