A diretoria da petroleira OGX (OGXP3) aprovou uma operação que obriga Eike Batista a injetar US$ 1 bilhão na empresa, mas, nesta segunda-feira (9), o empresário informou que pretende questionar a validade dessa decisão.
"Ressalvo meus direitos (...) no sentido de questionar as circunstâncias, a forma, o conteúdo a validade e os demais aspectos legais do pretendido exercício da opção", disse Eike em carta à OGX, segundo comunicado divulgado pela empresa ao mercado.
No documento, o empresário disse que pretende abrir procedimento na Câmara de Arbitragem do Mercado se a disputa não for resolvida em 60 dias.
Em meio a dificuldades da caixa da companhia, os diretores da OGX decidiram, na sexta-feira (6), cobrar uma "promessa" feita por Eike no ano passado.
A opção de Eike à OGX, acertada em outubro de 2012, estabelece que cabe aos membros independentes do Conselho de Administração, e não à diretoria, aprovar o exercício da opção. Atualmente, a petroleira não tem nenhum conselheiro independente, com uma série de renúncias até a saída do último membro nessa condição no fim da semana passada.
A diretoria da OGX avalia ter poder para tomar essa decisão já que não possui membros independentes no Conselho, informou a empresa por meio de sua assessoria de imprensa.
Eike pode não honrar compromisso de US$ 1 bi com OGX
Analistas desconfiam da capacidade de Eike de honrar com o aporte total de US$ 1 bilhão na OGX. Nesta semana, a revista Forbes calculou que o empresário deixou de ser bilionário, com fortuna estimada agora em US$ 900 milhões.
Pessoas ouvidas pela agência de notícias Reuters ponderaram que Eike vendeu recentemente participações em algumas empresas, entre as quais a própria OGX, alegando que precisava se desfazer dos papéis para honrar compromissos do grupo.
Procurada, a OGX disse que não comentará se Eike foi consultado sobre o exercício da opção pela empresa. O Grupo EBX não respondeu imediatamente a pedidos feitos pela Reuters sobre um posicionamento a respeito do assunto.