O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, disse nesta quarta-feira (20) que o plano de reestruturação da empresa vai prever medidas para redução de 30% em seus custos nos próximos três anos. De acordo com ele, o documento também vai apontar ações para elevar a receita em outros 30%.
Carvalho Neto disse ainda que, para atingir esses objetivos, a Eletrobrás pode optar por se desfazer de ativos. Ele não confirmou, mas uma das opções pode ser a venda de parte das distribuidoras de energia hoje controladas pela empresa.
?É uma alternativa?, respondeu Carvalho Neto ao ser questionado por jornalistas se a venda de ativos poderia fazer parte do plano de reestruturação da empresa. Ele deu a declaração ao chegar ao Ministério de Minas e Energia, em Brasília, para a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
O presidente da Eletrobrás informou que o plano deve ser apresentado ao MME nos próximos dias. Além de corte de custos e aumento das receitas, o documento também deve apresentar propostas de mudança societária e organizacional da empresa.
Conta de luz mais barata
A reestruturação da Eletrobrás é conseqüência do plano de barateamento da conta de luz, entre 18% e 32%, promovido pelo governo federal e que começou a valer no fim de janeiro.
Para reduzir o custo da energia, uma das medidas do governo foi renovar as concessões de usinas geradoras e de transmissoras, muitas delas administradas pela Eletrobrás. Mas para conquistar a renovação, elas tiveram que concordar com um corte de até 70% na remuneração que recebem pelo serviço.
A Eletrobrás, que é controlada pelo governo federal, aderiu ao plano. E essa decisão vai levar a uma redução de cerca de R$ 8 bilhões por ano em suas receitas ? quase um terço. Por conta disso, a empresa precisa agora cortar custos.