Em alta, dólar fecha a R$ 5,86, e chega ao maior nível em quatro anos

A expectativa no mercado é que o pacote de ajustes represente uma redução de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões nas despesas públicas

Dólar fecha em alta | Valter Campanato/Agência Brasil
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Em dia de turbulência no mercado nacional e internacional, o dólar atingiu R$ 5,8698, seu segundo maior valor nominal histórico (descontada a inflação). O recorde ainda pertence à cotação de 13 de maio de 2020, quando a moeda americana chegou a R$ 5,9007. Em 2024, a divisa acumula valorização de 20%, impulsionada pelas incertezas econômicas globais e domésticas. A bolsa de valores caiu pela quarta vez consecutiva e ficou abaixo de 130 mil pontos.

Comportamento

Nesta semana, investidores aguardavam um anúncio do governo federal sobre cortes de gastos planejados para o fim do ano. A expectativa no mercado é que o pacote de ajustes represente uma redução de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões nas despesas públicas, como parte dos esforços para atingir a meta de déficit zero nas contas públicas em 2024. No entanto, o governo ainda não definiu uma data para divulgar esses cortes.

Definição

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a apreensão do mercado e assegurou que a equipe econômica trabalha na definição dos cortes. Ele afirmou, entretanto, que a decisão final está nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que não há data marcada para o anúncio.

Interferência

No cenário internacional, as tensões também aumentaram com a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos, marcadas para a próxima terça-feira (5). A disputa entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump tem preocupado o mercado, que vê uma vitória de Trump como potencialmente ligada a uma agenda protecionista.

Desaceleração

Além disso, novos dados do mercado de trabalho dos EUA indicaram uma desaceleração mais intensa do que a esperada. O relatório "payroll" mostrou a criação de apenas 12 mil vagas em outubro, muito abaixo da expectativa de 106 mil e das 223 mil de setembro. Esse resultado aumenta as expectativas de uma possível redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve, atualmente entre 4,75% e 5% ao ano. Com a cotação desta sexta-feira, o dólar registrou alta de 2,90% na semana, avanço de 1,53% no mês e ganho acumulado de 20,96% no ano. Na quinta-feira, a moeda já havia subido 0,31%, cotada a R$ 5,7813.

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