O nascimento do filho Balder foi o motivo da última postagem do bilionário Eike Batista na rede social Twitter. Isso foi há quase um mês. O empresário, que enfrenta uma série crise de confiança nos negócios, possui mais de 1,3 milhão de seguidores, que ficaram "órfãos" de suas intimidades e reflexões na rede social.
Em mais de 21 mil tuítes publicados (textos de no máximo 140 caracteres), o empresário costumava dar conselhos sobre negócios, divulgar informações sobre as empresas do grupo EBX, do qual é dono, e falar sobre encontros com famosos, como o atacante Neymar.
Os seguidores do bilionário puderam ter acesso às ideias de Eike. Gostos pessoais, lembranças de infância e comemorações das conquistas de outrora, como quando conseguiu o sétimo lugar entre os mais ricos do mundo, também foram compartilhadas na rede social.
Eike parecia não ter papas na língua com seus seguidores. A relação de intimidade fez alguns fãs mais atuantes a serem chamados por ele de "sócios" ou "grandes amigos".
Frases como "nunca parece de sonhar" ou "sempre consulto o meu coração nas minhas decisões" foram compartilhadas por milhares de usuários.
A relação virtual com milhões de fãs não foi só de alegria. Mesmo quando os negócios já não caminhavam tão bem, o empresário continuava incentivando investidores, parecendo ainda acreditar em uma grande virada.
Porém, com o sumiço de quase um mês e a grande crise no grupo EBX, parece que a conta pessoal de Eike no Twitter ficou em segundo plano.
Foi justamente nesse período que o bilionário virou motivo de piadas na mesma rede social. Com a hashtag #Eikegentecomoagente, internautas sugeriram como seria a vida humilde da família Batista.
Eike diz que está longe de se aposentar
Em um artigo publicado nesta sexta-feira (19) pelo jornal "Valor Econômico", o empresário Eike Batista relembra passagens de sua "trajetória de mais de 30 anos de muito trabalho" e comenta a crise em seus negócios. Na conclusão do artigo, ele afirma que seu obituário empresarial tem ocupado as páginas de blogs, jornais e revistas, e afirma: "Só posso dizer que me vejo muito longe deste Eike aposentado".
"Mais do que ninguém, me pergunto onde errei. O que deveria ter feito de diferente?", escreve. Segundo ele, um dos erros foi o modelo de financiamento adotado para as empresas, por meio da abertura de capital na Bolsa de Valores. "Hoje, se pudesse voltar no tempo, não teria recorrido ao mercado de ações."
É a primeira vez que o empresário se pronuncia publicamente sobre a crise que aflige seus negócios. "Ao longo dos últimos meses, decidi que não me pronunciaria sobre a avalanche que se abateu sobre minha vida privada e principalmente sobre meus negócios. Mudei de ideia nos últimos dias diante da grande insistência de amigos próximos e alguns de meus executivos", escreve no artigo.