Preocupado com o aumento de pedidos de demissão entre as paredes de seus escritórios, o Google, afirma ter desenvolvido um meio de prever quais de seus colaboradores estão a ponto de abandonar o barco. A solução é um algoritmo "vidente", que identificaria os empregados com maior inclinação a deixarem seus cargos. As informações são do The Wall Street Journal.
De acordo com a publicação, a empresa começou recentemente a compilar dados dos relatórios de desempenho preenchidos por seus funcionários, juntamente com históricos de promoções e remuneração. A junção de tais dados teria dado origem a uma fórmula matemática que, afirmam, seria capaz de prever quais dos vinte mil empregados estão mais propensos a pedir as contas.
A preocupação que levou o Google a criar tal ferramenta seria a de que, com o êxodo crescente dos talentos que ela mesma criou, sua competitividade no mercado ficasse reduzida ou até mesmo gravemente afetada. A inquietação da companhia é justificada, comenta Valerie Frederickson, especialista em recursos humanos no Vale do Silício. Segundo ela a empresa precisa desenvolver meios para manter seus funcionários motivados.
Sentir-se subutilizado, aliás, é uma das grandes queixas ouvidas nas baias dos escritórios do Google. Antes uma oportunidade grande de "mostrar trabalho" e ser reconhecido por isso, trabalhar na empresa hoje em dia representa, para alguns profissionais, menores chances de se destacar com aquilo que fazem, à medida que as fronteiras vão se estendendo e a companhia se tornando maior, conta a Discover Magazine.
Com menores oportunidades, alguns funcionários não veriam mais motivos para continuar trabalhando ali. Já sobre o algoritmo em si, pouco foi revelado, como informa o "Inside Tech". Apesar de não se saber ao certo o que o programa é capaz de fazer, os sites especializados da área já congratulam a empresa pela iniciativa em tentar prever a desmotivação de seus funcionários.
Embora possa parecer invasivo, o método ajudaria a diminuir o descontentamento e a melhorar a relação empresa-funcionário. Edward Lawler, do Centro para Organizações Eficazes da Universidade da Carolina do Sul diz que "Eles (o Google) estão claramente à frente das tendências", mas que a empresa não é a primeira, e sim uma entre várias que estão recorrendo a novos modelos capazes de fornecer informações valiosas sobre seus recursos humanos.
Já Laszlo Bock, chefe responsável pelo setor dentro da empresa afirma que o Google é "capaz de saber que o funcionário vai sair antes mesmo dele pensar em fazer isso". Para Bock, prever a ocorrência dos problemas antes que eles se manifestem pode permitir a tomada de ações corretivas em tempo hábil dentro da empresa.