Depois de um discurso emocionado na despedida do comando da holding que controle do Grupo Pão de Açúcar na sexta-feira, o empresário Abilio Diniz deixou de lado o momento marcante na vida profissional para dar sua opinião sobre o seu time de coração. No rede de microblogs Twitter, Diniz comentou a má fase do São Paulo e pediu providências à diretoria, em seu único post durante o final de semana.
O dia 22 de junho de 2012 entrará para a história do Grupo Pão de Açúcar como a data em que Abílio Diniz passou para o grupo francês Casino o comando da maior varejista do Brasil. Na sexta-feira, o presidente-executivo e do conselho do Casino, Jean-Charles Naouri, foi eleito como novo chairman da Wilkes, controladora do grupo. Até a véspera, a posição de presidente da Wilkes era ocupada por Diniz, que compartilha o comando da Wilkes com o Casino.
Embora prevista no acordo de acionistas assinado em 2006, a aliança teve suas bases fortemente abaladas há cerca de um ano, quando Diniz tentou unir o Pão de Açúcar às operações brasileiras do Carrefour - arquirrival do Casino na França - e permanecer como presidente do grupo, pisando no calo de Naouri.
"Este é o dia que passo o controle do Pão de Açúcar... Fui acusado de quebrar contrato... as acusações eram falsas", disse o empresário durante a assembleia geral extraordinária. Com a transferência de controle, Diniz, continuará tendo seu papel no Grupo Pão de Açúcar - como presidente do conselho da varejista -, porém, com poderes limitados e a tomada de decisões dependente de aprovação do sócio francês.
"Deus me fez forte... Vou seguir em frente, não sei como, mas vou", disse ele na sexta-feira. Diniz, 75 anos, conhecido por seu perfil obstinado e determinado, levou a companhia ao topo do varejo brasileiro lançando mão, entre outras estratégias, de fusões e aquisições. "Sem falsa modéstia, esta empresa foi construída com meu DNA", disse o empresário. "O objetivo do acordo com o Casino em 2005 era dar liquidez às ações para distribuir aos herdeiros da família... Deu muita alegria ao fundador", acrescentou, se referindo ao seu pai, imigrante português que fundou, em 1948, uma doceria chamada Pão de Açúcar.