Os aumentos anunciados pela Petrobras, nesta segunda-feira (25/10), sobre os preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras são, respectivamente, o 11º e o 9º do ano, de acordo com levantamento do Metrópoles com base em dados publicados pela estatal.
O preço médio de venda da gasolina pelas refinarias passará, a partir desta terça-feira (26/10), de R$ 2,98 para R$ 3,19, por litro. Para o diesel, o valor médio de venda subirá de R$ 3,06 para R$ 3,34, também por litro.
Segundo a companhia, os ajustes são “importantes” para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento.
De acordo com economistas ouvidos pelo Metrópoles, a disparada da moeda americana no câmbio encarece o preço do combustível e pode ser considerado o principal vilão para o bolso do consumidor, uma vez que o Brasil importa petróleo e paga em dólar o valor do barril.
“O dólar é o grande vilão da alta do preço da gasolina. Mesmo com o preço do petróleo internacional tendo caído recentemente, a alta da moeda americana faz com que a Petrobras não consiga repor os preços”, afirma o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira.
Na sexta-feira (22/10), a moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 5,62, com alta semanal de mais de 3%. No ano, o dólar acumula alta de 8,50%.
Há quatro tributos que incidem sobre os combustíveis vendidos nos postos: três federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins) e um estadual (ICMS). No caso da gasolina, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço nos postos é calculado da seguinte forma:
- 27,9% – tributo estadual (ICMS)
- 11,6% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins)
- 32,9% – lucro da Petrobras (indiretamente, do governo federal, além dos acionistas)
- 15,9% – custo do etanol presente na mistura
- 11,7% – distribuição e revenda do combustível
Para o diesel, a segmentação ocorre de maneira diferenciada, com uma fatia destinada para o lucro da Petrobras significativamente maior.
- 15,9% – tributo estadual (ICMS)
- 7% – impostos federais (Cide, PIS/Pasep e Cofins)
- 52,6% – lucro da Petrobras
- 11,3% – presença de biodiesel na mistura
- 13,2% – distribuição e revenda
Atualmente, o valor médio cobrado pelo litro da gasolina nos postos é R$ 6,36. Enquanto o diesel é comercializado, em média, por R$ 4,98.
Bolso do consumidor
Diante da disparada da inflação, o preço da gasolina comum no país já supera R$ 7 em oito estados. Além de Acre, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que já tinham histórico de registro das maiores cotações, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Piauí também se uniram na lista de estados.
Os dados são da pesquisa semanal de preços realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre os dias 17 e 23 de outubro. Ao todo, foram pesquisados 4.614 postos em todo o Brasil.
O Rio Grande do Sul é o líder dos estados com o litro da gasolina mais cara do país: R$ 7,46, vendida no município de Bagé. No Acre, também surpreende o preço do diesel comum, que ultrapassou a máxima de R$ 6.