Geralmente as famílias se assustam ao perceber que, para as férias de início de ano, o orçamento para a tão sonhada viagem ficará apertado. Ou pior, por falta de planejamento financeiro, ao retornar para casa, os membros se dão conta de que ficaram endividados com a realização do sonho.
ara o especialista em finanças pessoais, Reinaldo Domingos, os brasileiros têm um grande hábito de viajar tanto no fim quanto no início do ano, mas que esse costume não é acompanhado pela ação de poupar dinheiro. ?Dependendo da viagem e dos gastos é necessário um período de planejamento que varia de 6 a 18 meses?, diz Domingos.
Destinos
É importante que a família busque programas e destinos turísticos compatíveis com sua renda ? sabendo quanto vai gastar, elaborando um roteiro dentro desta realidade. Domingos diz que esses planos devem ser realizados junto com toda a família, explicando claramente os motivos das limitações e dos gastos.
Confira outras dicas elaboradas pelo educador financeiro:
Situação financeira
Antes de começar todo o planejamento com a família reunida, os responsáveis financeiros devem ter definida a situação financeira na qual se encontram: endividados, equilibrados financeiramente ou poupadores.
Depois de ter definido o quanto a família poderá investir para o sonho de férias, é necessário juntar todos os membros para planejar os detalhes, inclusive as crianças.
Pesquisas
Depois de ter definidos os possíveis lugares da preferência familiar, é preciso pesquisar na internet e depois ?gastar sola de sapato?, buscando os melhores pacotes e serviços oferecidos por operadoras de viagens. ?Lembre-se de consultar se possui milhas no cartão de crédito, pois pode ajudar a diminuir sensivelmente o custo das passagens?, orienta Reinaldo Domingos.
Outra questão é pesquisar a reputação da empresa de turismo, sabendo de sua saúde financeira, além de consultar órgãos de consumidores e ficar atento às reclamações que a operadora possui também na internet, avaliando a satisfação dos outros usuários.
Carro
É grande o número de famílias que viajam pelo Brasil de carro, seja para a praia ou para o sossego do interior. Domingos aconselha que, no caso de optar por viajar de carro, a família faça uma revisão dele, verificando a documentação, o seguro e somente dirigir de acordo com as boas condições físicas do veículo.
Viagens internacionais
No caso de viajar para fora do País, Domingos aconselha a seguinte quantidade de moeda estrangeira: 80% em cartão pré-pago e 20% em espécie. ?Caso tenha vários familiares, faça com que todos tenham seus cartões com os limites já pré-estabelecidos e combine que este é o valor de sua cota?, diz ele, afirmando também da importância de orientar sobre o quanto dá para gastar em cada dia da viagem, para que ? especialmente jovens e crianças saibam seus limites.
Quanto aos cartões de crédito, Domingos orienta no máximo dois, lembrando o futuro turista de informar à operadora dos cartões a respeito da liberação de seu uso no exterior. Apesar disso, o economista diz que os cartões de crédito devem ser evitados, pois, no momento do pagamento em outro país, além da conversão para a moeda local, há um custo embutido de 6,38% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Nos cartões pré-pagos essa quantia do imposto é de 0,38% do valor adquirido nele.
Contas
Um outro ponto relevante em viagens são as ligações telefônicas, que fazemos a parentes e amigos, contando como está a viagem, se ocorreu tudo bem. O educador financeiro diz que a conta pode ficar muito cara, saindo fora do controle. ?Seja objetivo ou mande apenas mensagens SMS?, diz Domingos, complementando que as férias não podem ser encaradas como despesas, mas sim, como um grande investimento.
Muitas são as famílias que retornam de suas férias com seus sonhos transformados em pesadelos: se endividaram por não se planejarem. "Procure caminhar de acordo com suas reais condições financeiras", fala Domingos.
Reservas de valor
Reinaldo Domingos relata que para qualquer tipo de viagem, a família deve levar um valor reserva além daquele para as despesas. O conselho é de 30% a 50% a mais. ?Imprevistos e surpresas como passeios de última hora, presentes e lembranças sempre ocorrem?, conta ele.
No caso de encomendas para trazer, o economista fala que é melhor receber o dinheiro de quem encomendou o produto antes de fazer a viagem, evitando assim qualquer comprometimento do dinheiro já separado para gastar durante a viagem.