A empresa estatal chinesa Chongqing Grain Group pretende investir R$ 525 milhões (US$ 300 milhões) na compra de 100 mil hectares de terra no oeste da Bahia, com o objetivo de produzir soja para o mercado brasileiro e chinês.
O empreendimento tem financiamento do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), que vai bancar 60% do custo. O restante será pago pela empresa, ligada ao município de Chongqing.
Na semana passada, representantes da companhia e do banco estatal integraram a comitiva do presidente chinês Hu Jintao no Brasil e apresentaram o projeto no seminário empresarial dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), realizado no Rio de Janeiro.
O grupo continua no Brasil e procura um investidor local. O objetivo é finalizar a compra das terras até julho e produzir 250 mil toneladas de soja por ano.
De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (21) pelo diário local Chongqing News, ligado ao governo local, a área cultivada poderá alcançar 200 mil hectares numa segunda etapa, com investimento total de R$ 1,47 bilhão (US$ 842 milhões).
O interesse dos chineses na compra de terras para plantar soja no Brasil cresceu nos últimos meses, especialmente após a aprovação pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, do projeto que limita a 1.140 hectares o tamanho das propriedades rurais que podem ser compradas por estrangeiros na Amazônia Legal.
Se aprovada pelo Senado, as restrições valeriam para os Estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Pará, Amapá, Tocantins e parte do Maranhão.
A advogada Heloísa Di Cunto, sócia de um escritório brasileiro que mantém uma sede em Pequim, diz que desde setembro aumentou o número de consultas de clientes chineses interessados em adquirir propriedades rurais no Brasil.
- As pessoas estão correndo para comprar as terras antes que a lei seja aprovada.