Um tem 56 anos e finalizou o segundo livro com o título ?Ficar rico é de graça: 100 dicas do homem que transformou 12 reais em milhões?. O outro tem 32 anos e no Réveillon de 2012 vendeu 52 mil litros de chope na Praia de Copacabana. Agora também escreve a biografia ?Foco, força e fé?. Apesar da diferença da idade, ambos têm em comum a mesma origem para vencer na vida: começaram nas ruas, como camelô e ambulante.
Conhecido como ?David, The Camelot?, David Portes escreveu nos últimos dez anos história de sucesso na área do empreendedorismo. Com ousadia e visão, o empresário se tornou um camelô diferenciado na década de 1980, quando inovou no mercado de rua implantando ações de marketing na sua barraca ? a banca do David ? na Avenida Presidente Wilson, no Castelo.
Na época, desempregado e com a mulher grávida, os dois perambulavam pelas ruas do Centro. Um dia, com apenas R$ 12 emprestados, ele decidiu arriscar tudo. Em vez de comprar o remédio, para qual havia pedido a quantia, comprou doces para vender no sinal. Logo dobrou o dinheiro e descobriu a vocação de vendedor.
ENCANTAR OS CLIENTES
Com apenas a 7ª série do hoje Ensino Fundamental, David introduziu em sua barraca métodos pouco ortodoxos para um camelô da época: criou o serviço de entregas em escritórios da região, cujos pedidos chegavam via ?orelhão? (o telefone público da esquina) e implantou sistema de milhagens para fregueses fiéis, fazendo sorteios e promoções.
?Queria encantar as pessoas. A minha barraca tinha tapete vermelho, lixeira, serviço de entrega e distribuía brindes. Muitos achavam que estava louco e perdendo dinheiro. Mas, às vezes, é preciso dar um passo atrás para dar vários para frente?, diz ?The Camelot?.
Hoje, David vive de dar palestras sobre empreendedorismo em diversas partes do mundo, além de administrar, junto com o filho Thiago Portes, o InvestCom ? grupo de investimento que controla cinco empresas nas áreas de Educação, Tecnologia, Comunicação e palestras motivacionais.
Atualmente, David cobra R$ 20 mil por eventos. Mas apesar de ter vencido na vida e ter saído das ruas, o empresário diz que só se sentirá um milionário de verdade quando as empresas de aceleração de Tecnologia e Educação renderem frutos.
?Agora vou levar minhas palestras, de graça, para os jovens das comunidades pacificadas. Esse é o meu sonho?, diz o ex-camelô.
Da garrafa d?água ao carrinho de chope
Filho de um policial militar aposentado e uma costureira, o jovem Rafael Feitosa teve uma infância difícil. Desde cedo, ele percebeu que teria que se virar para ser alguém na vida. Com 12 anos, escondido do pai, começou a vender garrafas d?água, que ele comprava no Mercadão de Madureira, num cruzamento sob o Viaduto Negrão de Lima.
No vai e vem entre o ponto, no sinal de trânsito, e o mercadão, Rafael comprava as bebidas para ele próprio e para outros ambulantes. Logo ele percebeu que poderia faturar mais, apenas revendendo o produto para os demais camelôs.
Foi quando deixou de ser ambulante e se tornou revendedor de bebidas. Hoje, é um dos maiores distribuidores da Ambev, comercializando diretamente com os ambulantes que atuam nas praias, no Carnaval, na SuperVia e shows de música, como Rock in Rio ou na Praça da Apoteose.
?O ambulante movimenta, informalmente, milhões. É o caminho mais curto para a indústria chegar ao consumidor final?, explica Feitosa, que ajudou a criar os carrinhos de chope da Brahma e possui uma frota de 70 deles.
Mais de 40 mil ambulantes
De acordo com a Prefeitura do Rio são 12.564 camelôs com autorização ativa na cidade, sendo 1.224 no Centro.
Porém, a Associação dos Empreendedores do Comércio Ambulante do Rio (Aecarj), oficializada no fim de 2013 e presidida por Rafael Feitosa, tem 40 mil ambulantes cadastrados.
Um ambulante atuante pode tirar R$ 150 por dia, segundo Rafael.
?A maioria dos ambulantes tem a história parecida. São de classe baixa ou de favelas, sem instrução e que não conseguem emprego. Então, virar ambulante é a primeira opção. Apesar de serem marginalizados, não é vergonha. Porém, eles têm que receber orientação. É isso que a associação vai fazer a partir de agora?, explica o empresário.
Dicas de sucesso
POSSÍVEL E REAL
Não adianta querer ser o homem mais rico do país em 12 meses. O objetivo deve estar ligado essencialmente ao seu dia a dia.
PRAZO
É necessário ter um período de tempo para chegar ao objetivo. Pode ser um mês, um semestre ou um ano. Este intervalo de tempo não pode ser muito grande para não haver grande desestímulo.
VER O OBJETIVO
Escreva em um papel o objetivo e o coloque num lugar que possa vê-lo sempre. Pode ser no espelho do banheiro ou na geladeira.
INCENTIVO
Comente o objetivo para pessoas próximas e peça a elas que cobrem e incentivem o seu desejo.
PLANEJAMENTO
Escreva também em um papel as etapas necessárias para atingir o objetivo, elaborando as estratégias de cada uma.
DEDICAÇÃO
Se quer mudar de vida, não custa repetir: muita dedicação. A pessoa deve ser a primeira a chegar e a última a sair. Há sempre alguém neste minuto fazendo aquilo que você faz, por isso você tem que ser melhor e ter mais afinco. A dedicação é desenvolver as coisas com envolvimento cada vez melhor e com um aproveitamento também cada vez melhor.
IDIOMA DO SORRISO
Seja gentil, trate bem as outras pessoas e sorria bastante. O sorriso é o único idioma universal da riqueza. Quando se levantar pela manhã, tenha em mente que você deve tratar de forma cordial todos com quem você fala. Procure ser divertido e alegre . Pode ter certeza que as pessoas preferem fazer negócios com quem tem energia positiva que estão em harmonia com seus pares e levam a vida de maneira mais leve.