Alguns setores, como os de entretenimento e turismo, até comemoram os feriados, mas os dias de folga custarão à economia brasileira em 2013 uma cifra correspondente ao PIB do Paraná e superior ao de toda a região Norte.
Segundo cálculo do economista Gabriel Leal de Barros, da FGV, peso o dos feriados nacionais em dias úteis será de 3,1% no PIB de 2013 -o equivalente a R$ 166 bilhões.
Em 2012, o custo dos feriados foi ainda maior. De acordo com a projeção, feita com base nas previsões do PIB brasileiro do Banco Mundial, os dias livres consumiram R$ 173 bilhões -4% do PIB.
Segundo Leal, o menor peso em 2013 se deve ao fato de mais feriados ocorrerem em finais de semana -quatro, ante dois de 2012.
Trata-se de uma estimativa aproximada, diz Leal, pois a conta desconsidera a produção de bens e serviços em feriados de dias úteis.
Ou seja, é como se toda a economia fosse paralisada, o que não ocorre em alguns ramos de serviços, turismo e comércio, entre outros. "Mas os ganhos desses setores não compensam o custo dos feriados", afirma o economista.
A conta não inclui os dias "enforcados" nos feriados prolongados nem as datas comemorativas instituídas por Estados e municípios. São considerados apenas os feriados nacionais.
Para o economista, o problema se repete com maior ou menor intensidade em diversos países. Nos EUA, as datas festivas "comeram" 3,6% do PIB neste ano, percentual que se repetirá em 2013.
Na China, o custo dos feriados à economia será de 8,7% em 2013.
Entre os emergentes, Índia e México perderão menos com feriados em 2013 -0,8% e 2%, respectivamente.
"Há um esforço do governo chinês para reduzir o número de feriados e diminuir o impacto na economia. Mas é uma discussão muito difícil de prosperar no Brasil."
Márcio Salvato, professor de economia do Ibmec, diz que estudos internacionais mostram que os feriados de terça a quinta afetam mais a produtividade da economia por serem "emendados".
Ele defende a aprovação de projeto de lei que tramita no Senado para transferir automaticamente para as sextas-feiras os feriados que caírem em outros dias úteis.
Outra opção, diz, seria manter trabalhadores em atividade para evitar "paralisia total da atividade econômica" e compensá-los nas férias.