A preocupa??o com a recente alta dos pre?os dos alimentos e o forte crescimento da demanda no mercado mundial foi tema de declara?es de uma s?rie de ?rg?os internacionais ao redor do mundo nesta quinta-feira. Um dos primeiros a levantar a discuss?o foi o presidente Luiz In?cio Lula da Silva, que iniciou hoje uma viagem oficial de dois dias ? Holanda.
Desde meados de 2007, os pre?os dos alimentos aumentaram em m?dia 40% e o de mat?rias-primas b?sicas, como o trigo, duplicaram. Com isso, em uma s?rie de pa?ses t?m se registrado violentos protestos decorrentes da dificuldade de encontrar produtos dispon?veis.
Tamb?m de manifestaram sobre o assunto o primeiro-ministro brit?nico, Gordon Brow, a ONU (Organiza??o das Na?es Unidas), o FMI (Fundo Monet?rio Internacional, o Banco Mundial e o representante da FAO (Organiza??o da ONU para a Agricultura e Alimenta??o) para Am?rica Latina e Caribe, Jos? Graziano.
Ap?s uma reuni?o com o primeiro-ministro holand?s, Jan Peter Balkenende, Lula afirmou que os recentes aumentos nos pre?os dos alimentos indicam que ? necess?rio produzir mais em n?vel mundial, mas que n?o se pode culpar o investimento nos biocombust?veis pela press?o.
Segundo ele, o aumento dos pre?os dos alimentos se d? pelo fato de "as pessoas pobres estarem come?ando a comer" em lugares como China, ?ndia e Am?rica Latina. "A solu??o ? produzir mais, e n?o me digam que o aumento de pre?os ? por causa dos biocombust?veis."
Lula afirmou que no Brasil h? produtos como leite e feij?o, cujos pre?os sofreram mais press?es em n?vel dom?stico, mas afirmou que esta ? uma quest?o "f?cil de resolver", j? que o pa?s tem territ?rio suficiente para produzir em maior escala.
Ainda pela manh?, o diretor-gerente do FMI (Fundo Monet?rio Internacional), Dominique Strauss-Kahn, disse nesta quinta-feira que "a infla??o pode ter voltado" ao mundo por causa do aumento dos pre?os dos alimentos e da energia, mesmo com a desacelera??o generalizada.
Ele atribuiu tal avan?o "em parte pelo aumento dos cultivos para biocombust?veis" e recomendou eliminar as barreiras que limitam um desenvolvimento do fornecimento de alimentos. Strauss-Kahn disse que em alguns pa?ses africanos o aumento dos pre?os aliment?cios representar? uma piora de 1% de sua conta corrente, um impacto que considerou "gigante".
J? o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pediu hoje uma a??o internacional "imediata" para enfrentar a situa??o de emerg?ncia em pa?ses em desenvolvimento por causa do aumento do pre?o dos alimentos.
"Em primeiro lugar para a crise imediata, a comunidade internacional deve cobrir pelo menos o v?cuo de US$ 500 milh?es no programa alimentar das Na?es Unidas para satisfazer as necessidades de emerg?ncia", disse Zoellick em entrevista coletiva. Segundo ele, o efeito da atual crise aliment?cia na redu??o da pobreza em n?vel mundial equivale a sete anos perdidos.
A escalada nos pre?os dos alimentos b?sicos provocou protestos, em alguns casos violentos, em pa?ses como o Paquist?o, o M?xico, o Egito e o Haiti. Na na??o caribenha morreram pelo menos cinco pessoas por causa das revoltas.
Sobre isso, o primeiro-ministro brit?nico, Gordon Brown, enviou uma mensagem a seu colega japon?s, Yasuo Fukuda, para pedir que durante a pr?xima c?pula dos oito pa?ses mais industrializados (o chamado G8), que ocorrer? em julho, o impacto dos biocombust?veis no pre?o dos alimentos seja examinado.
"O aumento do pre?o dos alimentos amea?a anular os avan?os em mat?ria de desenvolvimento obtidos nos ?ltimos anos. Pela primeira vez em d?cadas, o n?mero de pessoas que sofrem com a fome aumenta", alertou Brown na carta.
No ?mbito da ONU (Organiza??o das Na?es Unidas), Gregory Barrow, porta-voz do WFP (Programa Mundial de Alimentos da entidade, na sigla em ingl?s), disse que "continuaremos a ver este tipo de incidentes, especialmente em centros urbanos, onde a popula??o se v? impossibilitada de comprar a comida que costumava adquirir". "Existe uma po