FMI muda seu discurso e já se aproxima do Brasil; saiba!

Fundo defende intervenção que governo brasileiro faz no câmbio

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O discurso dos dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) mudou radicalmente. Do histórico recente de adotar cartilhas rígidas sobre como os países que tomavam emprestado seus recursos deviam se comportar, o Fundo passou a flexibilizar suas posições - com expressões e frases do tipo "cada caso é um caso", "a ferramenta adequada vai depender da realidade do país", "não vamos falar isso ou aquilo".

"Em nenhum sentido vamos falar faça isso ou faça aquilo. O procedimento vai se adequar à realidade de cada um", afirmou Olivier Blanchard, economista-chefe e diretor do Departamento de Pesquisas do FMI, durante a conferência realizada no Rio nesta quinta e sexta-feira "Adminstrando fluxos de capitais em economias emergentes", no Rio.

"O desenvolvimento positivo do Fundo Monetário é resultado da experiência das últimas décadas em que esforços de encaixar países em modelos pré-definidos não funcionaram e isso foi, portanto, foi reavaliado e é resultado também de uma maior participação hoje dos países emergentes na economia internacional e na própria estrutura de participação do Fundo, arejando um pouco a instituição também", avalia o Carlos Cozendey, secretário de Política de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, ao ser indagado sobre a mudança.

O FMI também mudou nos conceitos. Antes pouco afeito a controle de capitais, agora até seminário faz para discutir o tema. A conclusão é que os países devem usar os diversos mecanismos que tiverem à mão, calibrando a economia com cada ferramenta conforme a necessidade. Política fiscal, monetária, medidas macroprudenciais, uso de reservas e controle de capitais fazem parte do cardápio de alternativas, concluíram.

"Ampliamos nossa caixa de ferramentas. Antes achávamos que que bastava corrigir problemas fiscais. Depois, passamos a considerar a política monetária, e com isso passamos a incluir a iniciativa privada (...) Também avaliamos que as medidas macroprudenciais podem não bastar e aí, precisaremos de controle de capitais. Estamos aprendendo", afirmou o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Nicolas Eyzaguirre.

Os representantes do Fundo evitaram comentar sobre as mudanças no comando do FMI. Antes mesmo do escândalo sexual envolvendo o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, países emergentes já cobravam mais representatividade no comando do FMI.

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