A crise financeira custará ao setor financeiro mundial US$ 2,3 trilhões, cerca de US$ 500 bilhões a menos que o estimado anteriormente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Fundo indicou nesta terça-feira (20) que o fator de maior risco é o déficit público dos países.
Há um ano, a preocupação dominante era um sistema financeiro deteriorado e receoso, no qual predominava a desconfiança entre seus atores, o que motivou uma intervenção sem precedentes dos Governos para restabelecer seu funcionamento.
As águas do mercado voltam portanto ao curso normal. O restabelecimento do fluxo do dinheiro e o crescimento econômico devolveram o impulso às entidades financeiras, que perderão menos que o previsto pelo FMI em outubro. Mas agora o risco se transferiu dos balanços privados aos públicos, como reflete a delicada situação da Grécia, imersa em uma crise orçamentária.
"A inquietação despertada pelos riscos soberanos das economias desenvolvidas poderia atentar contra a estabilização e prolongar o colapso do crédito", alertou o FMI em seu "Relatório de Estabilidade Financeira Mundial", divulgado neste terça.
As grandes necessidades de financiamento dos governos, por causa de seus déficits extraordinários, poderiam elevar as taxas de juros, já que o fornecimento de empréstimos é limitado. Isso, por sua vez, prejudicaria os bancos e as pequenas e médias empresas, que necessitam de créditos para sobreviverem, segundo o FMI.
Mesmo sem contar esse possível efeito, os bancos terão de obter uma grande quantidade de empréstimos a curto prazo este ano e fazer melhores injeções de capital para satisfazer os investidores, pois logo virão normas financeiras mais estritas, apontou o Fundo.