Dois dos julgamentos mais esperados para 2010 envolvendo fusões de grandes empresas devem ficar para o próximo ano: a união Sadia e Perdigão, Casas Bahia e Ponto Frio.
A primeira porque não haverá quórum para julgar o caso. Isso porque o presidente Arthur Badin, que ficou no cargo por dois anos, deixará o Cade na próxima semana. A última sessão de julgamento da qual ele participou aconteceu ontem. Com isso, em seu lugar ficará interinamente o conselheiro Fernando Furlan.
No entanto, como o conselheiro é primo do ex-ministro Luiz Fernando Furlan ? ex-presidente da Sadia e atual co-presidente da Brasil Foods ?, o conselheiro fica impedido de apreciar a matéria. Assim, o Cade nao teria quórum para analisar o caso, já que teria quatro conselheiros, quando o mínimo exigido é de cinco integrantes.
No julgamento envolvendo Casas Bahia e Ponto Frio a discussão ficou adiada para 2011 porque o processo não chegou às mãos do relator Vinicius Carvalho. ?Esse caso e o da Cimpor [que envolve a Votorantim] não chegaram ao meu gabinete e estão sob a análise da SDE [Secretaria de Direito Econômico]. Por isso, é certeza de que eles ficam para o próximo ano?, afirmou Carvalho.
O Cade aguarda o nome do substituto de Badin há pelo menos seis meses, quando ele anunciou que não ficaria no cargo. Mas a aposta é que o nome do novo presidente do órgão antitruste fique nas mãos da presidente eleita, Dilma Rousseff.
Badin é o primeiro presidente que não estica seu mandato por mais dois anos, conforme fizeram seus antecessores.