Governo adia programa de unificar informações de empresa-funcionários

Lançamento do ‘E-social’, que deve diminuir significativamente o custo do setor produtivo, estava marcado para janeiro Leia mais sobre esse assunto e

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Por atraso na construção de um dos sistemas de informação, o governo decidiu adiar o lançamento do ?E-social?, marcado para janeiro. O programa promete desburocratizar a prestação de contas dos empresários a vários órgãos do governo federal. Por reunir em apenas um único cadastro informações sobre os funcionários - como contratação, pagamento do INSS e os salários sobre os quais é recolhido o Imposto de Renda - deve diminuir significativamente o custo do setor produtivo. Hoje, cada empresa tem de manter equipes para preencher cerca de dez formulários diferentes sobre o mesmo empregado. No entanto, atualmente, apenas 30% delas estão preparadas para a inovação.

A Receita Federal já comunicou informalmente os empresários sobre a mudança de planos. As grandes companhias terão um cronograma específico que começará em abril. A partir daí, as empresas terão de usar o E-social para prestar as informações para o governo. Já pequenas e médias começarão a usar o sistema no segundo semestre. Uma minuta de ato conjunto de todos os órgãos envolvidos - como Receita, Ministério do Trabalho, Ministério da Previdência Social, Caixa Econômica Federal, entre outros - deverá ser publicada nos próximos dias com as datas.

- As empresas que não se prepararem terão dificuldade lá na frente - alerta Daniel Belmiro, coordenador de Sistemas de Atividade Fiscal da Receita Federal, técnico à frente do projeto.

Marcelo Ferreira, supervisor de Suporte e Implantação da Easy-Way do Brasil, explica que a transferência das empresas para o E-Social não é tão simples como se imagina e que, mesmo com a prorrogação dos prazos de seu funcionamento, as empresas podem precisar de tempo para se adequarem, por unir no mesmo sistema informações do INSS, FGTS, PIS e Receita Federal. Ele afirma que os empresários ainda não se conscientizaram que não se trata apenas de uma transferência das informações de papel para a via eletrônica: serão criadas novas rotinas.

- Não é algo tão simples como se imagina, muitas empresas terão de alterar todo os seus sistemas internos. O problema é que grande parte das empresas ainda não se deram conta da necessidade de adequação - afirmou.

De acordo com Ferreira, as grandes empresas são as que estão mais adiantadas na transição para o E-Social. No caso das micro e pequenas, diz, quase não há sequer conhecimento sobre o tema. Ele afirma que, para piorar, há alguns problemas no sistema que não estão sendo corrigidos pela Receita Federal, o que poderá criar problemas:

- O E-Social não permite algumas situações complexas, como por exemplo impede que a empresa lance no sistema o pagamento de participação nos lucros de alguém que não trabalha mais na empresa, que está em outro emprego. Há dificuldades também no envio de informações de comissões. Estes casos podem gerar problemas - disse.

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