O governo zerou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre quem vende dólares no mercado futuro de câmbio, informou nesta quarta-feira (12) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A alíquota estava em 1%. A isenção entra em vigor nesta quinta-feira. O objetivo é tentar reduzir o valor do dólar.
É o segundo imposto zerado em uma semana pelo governo. Na semana passada (dia 4), o governo anunciou outra medida para tentar baixar o dólar: zerou o IOF para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. A alíquota em vigor era de 6%.
A isenção também teve o objetivo de estimular a entrada de recursos externos e conter a alta do dólar registrada nas últimas semanas.
O IOF cortado nesta quarta-feira incide sobre a "posição vendida" no mercado de câmbio. No jargão do mercado, estar "vendido" significa ter assinado um contrato para vender a moeda no futuro pelo preço atual. Isso quer dizer que o investidor aposta que o dólar vai cair.
Se isso acontecer mesmo, ele lucra porque o preço atual pode ser R$ 2,15 e ele espera, por exemplo, que esteja em R$ 2 daqui a um mês. Seu ganho seria de R$ 0,15 por dólar. Mas, se o dólar subir, ele perde.
Essa cobrança foi instituída em 27 de julho de 2011, época em que a posição vendida (aposta que o dólar iria cair) dos estrangeiros na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) marcou recorde histórico acima dos US$ 24,6 bilhões.
Na ocasião, foi fixado um IOF de 1% sobre a ampliação líquida de posição superior a 1%. Foi a medida de maior efeito no mercado -ao longo dos meses seguintes essa "aposta" foi zerada, passando para comprada (aposta que o dólar iria subir) no começo de outubro de 2011.
O dólar comercial fechou nesta quarta-feira (12) em alta de 0,82%, a R$ 2,154 na venda. É o maior valor de fechamento em quatro anos, desde 30 de abril de 2009 (quando o câmbio registrou R$ 2,182).