O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta terça-feira (19) que o governo federal "não cogita" promover um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel no primeiro semestre deste ano. No final de janeiro, a Petrobras elevou em 6,6% o valor da gasolina e em 5,4% o do diesel.
"Esse é um assunto no qual não estamos cogitando", enfatizou o ministro, ao ser questionado na Câmara dos Deputados sobre a possibilidade de ocorrer um novo aumento nos preços dos combustíveis para amenizar os recentes prejuízos registrados pela Petrobras.
Lobão foi ao Congresso nesta terça para fazer uma visita institucional ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, seu colega de partido. O encontro no gabinete de Henrique durou cerca de meia hora e foi acompanhado pelo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, que também havia ido à Câmara prestigiar o presidente da Casa.
Apesar de descartar um reajuste no preço da gasolina, Lobão não quis responder se há chances de o governo determinar uma redução nos valores do combustíveis caso o real volte a se valorizar diante do dólar.
Último aumento
A Petrobras reajustou, no último dia 30 de janeiro, os preços da gasolina A e do diesel nas refinarias. Para a gasolina, o reajuste aprovado foi de 6,6%; para o diesel, de 5,4%.
No fim de junho de 2012, a Petrobras já havia anunciado um aumento do preço dos combustíveis cobrados nas refinarias. Entretanto, o Ministério da Fazenda isentou a comercialização destes combustíveis da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). "Dessa forma, os preços, com impostos, cobrados das distribuidoras e pagos pelos consumidores não terão aumento", informou na ocasião.
Reajustes não foram suficientes
No início do mês, ao comentar os resultados da Petrobras, a presidente da estatal, Graça Foster, apontou que os três reajustes de preço do diesel, que somaram 16,1%, e os dois da gasolina, 14,9%, ocorridos nos últimos oito meses, não foram suficientes para eliminar as diferenças entre os preços domésticos e os internacionais.
Segundo explicou na ocasião, a divergência acentuada não foi causada pelo Brent, mas pelo aumento de 17% do preço dos derivados em reais. ?Os reajustes trarão para 2013 uma melhoria, mas não o conforto da paridade internacional. Nossa busca pela convergência com preços internacionais é permanente?, disse ela.