A secretaria da Receita Federal informou nesta terça-feira (24) que, em junho, a arrecadação com impostos, contribuições e demais receitas teve alta real (acima da inflação) de 2,01% e chegou a R$ 110,855 bilhões. Esse foi o melhor resultado para meses de junho desde de 2015. Em junho de 2017, a arrecadação federal somou R$ 108,671 bilhões.
No acumulado dos primeiros seis meses deste ano, a arrecadação total somou R$ 714,255 bilhões, com crescimento real de 6,88%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse foi o melhor resultado para o período desde 2015.
Greve dos caminhoneiros
Segundo Claudemir Malaquias, chefe do centro de estudos tributários e aduaneiros da Receita Federal, a arrecadação do mês já sofreu o impacto da greve dos caminhoneiros. A paralisação durou 11 dias e prejudicou a circulação de mercadorias em todo o Brasil.
Segundo Malaquias, a arrecadação é impactada com um mês de atraso e, por isso, a paralisação ocorrida em maio só foi sentida no balanço de junho.
A greve dos caminhoneiros, segundo a Receita Federal, impactou principalmente a arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), tributo ligado à atividade industrial.
A arrecadação de IPI (exceto vinculado) caiu 14,28% em relação a junho de 2017. “Aqui a gente vê nitidamente o efeito da paralisação dos transportes”, disse Malaquias.
Malaquias afirmou, no entanto, que parte dos efeitos da greve dos caminhoneiros ainda será sentida em outros meses do ano.
Malaquias explicou, ainda, que o efeito da redução do preço do diesel – uma das reivindicações dos caminhoneiros atendidas pelo governo – só será sentido de forma mais efetiva na arrecadação do mês de julho. Isso porque a redução começou a valer em junho e o impacto nas receitas só é sentido no mês seguinte.
Meta fiscal
O comportamento da arrecadação é importante porque ajuda o governo a tentar cumprir a meta fiscal, ou seja, o resultado para as contas públicas. Para 2018, a meta em vigor é de déficit (resultado negativo) de até R$ 159 bilhões.
No ano passado, o rombo fiscal somou R$ 124 bilhões. Foi o quarto ano seguido de rombo nas contas públicas e o segundo pior resultado da história.