?A bola está no campo da Schincariol. Agora, resta esperar para saber se eles vão aceitar ou recusar o cheque?, diz um executivo envolvido nas negociações para compra da cervejeira nacional pela Heineken. A companhia holandesa acaba de concluir um processo de auditoria ? também conhecido como due dilligence ? na Schin e a proposta está nas mãos dos controladores, afirma o executivo. O mercado especula que a oferta da Heineken tenha girado em torno de US$ 2 bilhões (R$ 3,23 bilhões).
Nos corredores da Schincariol, entretanto, comenta-se que a divergência entre os controladores sobre o tema pode barrar a transação. Segundo funcionários da empresa, Adriano Schincariol estaria à frente do movimento em favor da venda para a Heineken, enquanto Gilberto Schincariol Junior estaria pressionando a família para recusar a oferta. Hoje, Adriano e seu irmão Alexandre detêm 51% das ações da empresa. Já os primos Gilberto e José Augusto têm 49% das ações.
Concretizada, a transação levaria a Heineken ? que hoje tem menos de 10% de participação no mercado brasileiro - a saltar da quarta posição para o segundo lugar no ranking das maiores fabricantes no País.
?Para a Heineken, a aquisição da Schincariol representa uma excelente oportunidade de equacionar sua rede de distribuição, que é muito fraca em restaurantes, bares e botequins?, diz outro executivo que participa das negociações.
Ao fechar a aquisição, a holandesa leva ainda um parque fabril que é considerado um dos mais modernos do Brasil no mercado de cervejas.Com oito fábricas antigas, ?do tempo da Kaiser?, diz o executivo, a Heineken tem muito a ganhar ao somar as 14 plantas da Schin, que, além de mais novas, são bem localizadas. A expectativa, segundo ele, é que o negócio seja concluído ainda na primeira semana de junho.