Impostômetro passará de R$ 1,2 trilhões até dezembro

Valor pagaria salário mínimo a 1,96 bi de pessoas ou compraria 3,3 bi de cestas básicas

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Os impostos pagos pelo brasileiro já estão perto da casa de R$ 1 trilhão. O marcador do Impostômetro deve girar para os 13 dígitos no dia 26 de outubro, 49 dias antes do que no ano passado. Em 2009, a marca veio em 14 de dezembro, e em 2008, no dia 15, segundo a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Nesta sexta-feira (22), o Impostômetro ainda estava na casa dos R$ 984 bilhões. A estimativa é a de que até o dia 31 de dezembro, o relógio passe de R$ 1,2 trilhão.

Esse valor todo seria suficiente para pagar salários mínimos, hoje em R$ 510, para 1,96 bilhão de pessoas; comprar 3,3 bilhões de cestas básicas, hoje em quase R$ 300; ou levar 40 milhões de unidades do Fiat Uno Mille Economy, um dos carros mais baratos vendidos no país (em torno de R$ 25 mil).

Para João Eloi Olenike, presidente do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), a incidência tributária contribui para esse aumento da carga de impostos pagos pelo consumidor.

- A arrecadação tributária está crescendo 14% ao ano nominalmente e, se excluída a inflação, fica próximo de 10%. Esse aumento da arrecadação está diretamente vinculado às características de cobrança dos tributos no Brasil.

Segundo Alencar Burti, presidente da ACSP e Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), neste ano há um cálculo aproximado de R$ 112 bilhões a mais do que em 2009.

Ele diz que esse valor extra equivale a quase três arrecadações da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), imposto extinto em 2007, que significava grande acréscimo de grana nos cofres do governo.

- Não entendemos quais as razões que movem políticos a tentar recuperar a CPMF, ao invés de cortar gastos e despesas do governo para obter mais recursos para investimentos em saúde, educação, segurança e na infraestrutura do país.

Segundo dados do IBPT, proporcionalmente, o brasileiro trabalhou 148 dias em 2010 só para pagar seus impostos. Os outros 217 dias do ano ficaram disponíveis para ele gastar consigo ou com a família.

No ranking dos impostos do mundo, o país fica atrás somente da Suécia e da França, onde são necessários 185 e 149 dias trabalhados, respectivamente, para pagar os tributos. Neste ano, a previsão é de que o brasileiro destine 40,54% da sua renda para pagar impostos.

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