Os impostos sobre a propriedade, historicamente pouco utilizados no Brasil, mostram uma tendência de alta da arrecadação nos últimos anos.
Os números mostram que a ofensiva do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), pelo aumento do IPTU não é um episódio isolado.
Segundo dados divulgados pela Receita Federal, a tributação da propriedade de imóveis e veículos, além das heranças e doações, atingiu um recorde no ano passado.
Ao todo, foram arrecadados R$ 60,6 bilhões, equivalentes a 1,38% da renda do país, contra 1,31% em 2011. É uma parcela pequena da carga tributária ?mas crescente.
Em 2000, esse percentual era de apenas 1,03% da renda nacional. Em valores corrigidos pela inflação, eram R$ 24,2 bilhões.
Os impostos sobre a propriedade são, na quase totalidade, cobrados por Estados e municípios. Sua elevação, como Haddad pôde constatar, é uma tarefa difícil politicamente.
Trata-se de tributos diretos, cuja taxação é visível para os contribuintes, assim como os incidentes sobre a renda ?cuja carga está em queda nos últimos quatro anos.
Nem sempre o aumento da receita decorre de alíquotas mais altas. O IPVA, estadual, ganhou com o aumento da frota de automóveis e motocicletas, enquanto o ITBI, municipal, aproveitou a valorização imobiliária.
No caso do IPTU, um dos principais fatores de aumento foi o aumento promovido há quatro anos pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, hoje no PSD.
Na capital paulista, o IPTU toma mais de 0,9% da renda da cidade, quase o dobro da média nacional ?que, de 2000 a 2012, aumentou de 0,4% para 0,48%.