A disparada dos ?ndices de custo de vida traz de volta a amea?a da in?rcia inflacion?ria. Esse mecanismo de aumentar os pre?os tendo como base a infla??o passada se propaga por meio de contratos que prev?em cl?usulas de indexa??o ou pelo sentimento dos pr?prios empres?rios e trabalhadores que querem manter o faturamento e o sal?rio, respectivamente, diante do ajuste de pre?os relativos que o aumento da infla??o provoca.
Mais de 40% do ?ndice de Pre?os ao Consumidor Amplo (IPCA) e do ?ndice de Pre?os ao Consumidor (IPC) da Fipe s?o de produtos ou servi?os que, de alguma forma, levam em considera??o aumentos da infla??o passada em seus reajustes, formal ou informalmente.
No caso do IPCA, o peso desses itens ? de 46%. No IPC-Fipe, ? de 44%. Nesse rol de pre?os est?o alugu?is, gastos com escolas, contratos de assist?ncia m?dica, assim como tarifas de energia el?trica e telefonia, entre outras.
?Estamos num estado de pr?-in?rcia inflacion?ria que tem de ser combatido. ? de se esperar que esse ciclo ganhe for?a com as negocia?es salariais?, afirma o coordenador de An?lises Econ?micas da Funda??o Get?lio Vargas (FGV), Salom?o Quadros. Ele lembra que o pr?prio governo acaba de dar aumento de 8% para o Bolsa-Fam?lia, acima da infla??o de 5,58% acumulada em 12 meses at? maio, pelo IPCA.
De toda forma, uma parte desse repasse autom?tico da infla??o passada aos pre?os atuais ? l?quido e certo no caso de tarifas que levam em conta ?ndices passados, como o ?ndice Geral de Pre?os do Mercado (IGP-M), para determinar os reajustes.