A pressão exercida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, acelerou a queda de preço dos combustíveis, que era prevista e já havia sido iniciada, avaliam especialistas, distribuidoras e postos de combustíveis.
Ontem, os preços começaram a recuar na capital paulista, principalmente em postos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Num deles, localizado na avenida Itaquera (zona leste), o litro do álcool combustível havia baixado R$ 0,30 em um dia.
"Na distribuidora, o preço do álcool combustível caiu de R$ 1,99 para R$ 1,42. Estou esperando receber uma nova remessa para baixar o valor na bomba, antes disso não será possível. Devo fazer isso sexta [hoje]", diz Robson Rego, dono do posto.
A expectativa do proprietário é que a queda de preço na bomba até o fim deste mês vai continuar, o que devolve a competitividade do álcool sobre a gasolina.
Em resposta a determinação do governo, a BR Distribuidora reduziu na quarta em 6% o preço da gasolina e em 13% o do etanol vendidos aos postos de combustíveis.
A tendência é que essa decisão exerça pressão sobre as demais distribuidoras.
A avaliação de quem acompanha o mercado é que a ingerência do governo sobre a BR tem um alvo: a redução forte da inflação em maio. "Como o governo precisa conter a inflação, ele antecipou a queda", diz o presidente do Sincopetro (sindicato dos postos de São Paulo), José Alberto Gouveia.
Segundo ele, as distribuidoras BR e Ipiranga reduziram, em média, em R$ 0,20 o preço do etanol hidratado. Já o valor do litro da gasolina caiu de R$ 0,05 a R$ 0,08.
"Essa retração aconteceria nesta semana e na próxima. O governo antecipou tudo para esta semana", afirma.