Julho deve registrar a maior deflação desde 1994, dizem economistas

Segundo IBGE, será a maior queda inflacionária para um mês desde o início do Plano Real, em 1994.

Deflação | José Cruz / Agência Brasil
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Depois de 25 meses com os preços em alta, o Brasil, segundo economistas, deve ter uma deflação em julho. A expectativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) é de que a inflação tenha um recuo de até 0,6% em julho, provocada pelo barateamento dos combustíveis e da energia elétrica.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), caso a projeção seja confirmada, será a maior queda inflacionária para um mês desde o início do Plano Real, em 1994. Até então, o recuo mais expressivo no país aconteceu em agosto de 1998, de 0,51%.

Desaceleração da inflação neste mês ficou em 0,13% (José Cruz/Agência Brasil)

Nesta terça-feira (26), a desaceleração da inflação neste mês foi indicada no IPCA-15, que ficou em 0,13%. Para o economista do FGV-Ibre, André Braz, a análise, devido à data da coleta, não conseguiu mensurar o total impacto da redução da gasolina e da energia elétrica, motivada pela limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Combustíveis e energia tiveram redução significativa

Totalizando mais de 10% dos gastos mensais de um brasileiro, segundo Braz, combustíveis e energia tiveram uma diminuição significativa após a aprovação de uma lei nacional que obriga um teto de 17% a 18% no ICMS.

Para Fábio Romão, da LCA Consultores, que projeta uma deflação de 0,63% em julho, a redução da gasolina de R$ 4,06 para R$ 3,86, anunciada pela Petrobras às distribuidoras, também atua para o resultado no mês.

Conforme o último boletim da ANP, o combustível está com preço médio de R$ 5,89 no país, patamar que não era atingido desde agosto do ano passado.

O Levantamento da LCA Consultores estima uma queda de 3,76% no segmento de transportes. Quanto ao segmento de habitação, o estudo estima que queda de 1,75%, influenciada pelos preços do botijão de gás e, sobretudo, da energia elétrica residencial, que deve cair 8,08%.

Alimento deve continuar em alta

Já a alimentação deve continuar em alta, puxada especialmente pelas frutas, aves, ovos, carnes, peixes, leites e seus derivados.

O economista e professor da PUC-Rio Roberto Simonard alerta que a queda nos preços em julho não deve ser uma tendência para os próximos meses.

O resultado oficial da inflação brasileira de julho será divulgado no dia 9 de agosto pelo IBGE.

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