Os juros cobrados pelos bancos das pessoas físicas, em suas operações de crédito, caíram de 44,9% ao ano em julho para 44,1% ao ano em agosto de 2009, informou nesta terça-feira (29) o Banco Central. Segundo a instituição, este é o menor valor desde dezembro de 2007, quando a taxa estava em 43,9% ao ano que, por sua vez, é a taxa mais baixa de toda a série histórica do BC, que tem início em julho de 1994.
Crédito pessoal e compra de veículos
Os dados do BC mostram ainda que houve queda na taxa de juros cobrada pelos bancos em suas operações de crédito pessoal e para a compra de veículos. Com isso, as taxas, que já eram as mais baixas desde 1994 em julho deste ano, renovaram a mínima histórica. A taxa para o crédito pessoal a pessoas físicas caiu de 44,8% em julho para 44,3% ao ano em agosto e a de compra de veículos passou de 26,9% ao ano para 26,2% ao ano de julho para agosto.
Cheque especial
Após registrar elevação em julho deste ano, para 167,3% ao ano em julho, a taxa de juros média do cheque especial recuou para 161% ao ano em agosto. É o menor valor desde junho do ano passado. Mesmo assim, a taxa está extremamente elevada na comparação com outras linhas de crédito. Em junho deste ano, a taxa do cheque especial estava em 167% ao ano, o que já representava o menor valor desde setembro do ano passado - quando a crise externa se agravou.
Taxa média geral
No último mês, segundo a autoridade monetária, também recuaram os juros médios de todas as operações de crédito dos bancos. A taxa geral média de juros bancários, para operações com recursos livres, passou de 36% ao ano em julho para 35,4% ao ano em agosto - a mais baixa desde dezembro de 2007 (33,8% ao ano). Empresas O BC informou ainda que os juros cobrados pelos bancos em suas operações com empresas também caíram em agosto, para 26,4% ao ano.
Em julho, estavam em 26,7% ao ano. Neste caso, é o valor mais baixo desde abril do ano passado, quando somaram 26,3% ao ano. Segundo a autoridade monetária, a taxa cobrada pelos bancos para desconto de duplicata subiu de 39,5% ao ano em julho para 40,4% ao ano em agosto deste ano. Já a taxa média dos bancos para capital de giro recuou de 31,9% ao ano em julho para 31% ao ano em agosto.
Spread bancário
No caso do "spread bancário", que é a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados de seus clientes, ou seja, a diferença entre o que pagam e o que cobram pelos recursos emprestados, o valor ficou em 26,3 pontos percentuais em agosto deste ano, o menor desde o mesmo mês do ano passado (26,2 pontos percentuais). A crise se agravou justamente em meados de setembro, com o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers.
O spread bancário é composto pela taxa de inadimplência, pelo lucro dos bancos e pelos tributos, entre outros. Os bancos alegam que o spread subiu na crise por conta do aumento da inadimplência. O presidente do BC, Henrique Meirelles, admitiu recentemente que spreads bancários são mais baixos em outros países.