A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas suas operações com pessoas físicas caiu de 47,3% ao ano em maio para 45,6% ao ano em junho, o menor valor desde dezembro de 2007 (43,9% ao ano), informou nesta terça-feira (28) o Banco Central.
Contribuem para a queda dos juros bancários, neste ano, as reduções da taxa básica efetuadas pelo Banco Central, além do aumento da oferta de crédito (que contribui para que as taxas recuem mais).
No caso dos juros básicos, a taxa, que iniciou 2009 em 13,75% ao ano, atualmente já está em 8,75% ao ano após cinco reduções efetuadas pelo BC. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, ainda há espaço para novas reduções nos juros bancários. "Ainda há bastante espaço para redução das taxas de juros.
Toda flexibilização da política monetária [reduções dos juros básicos efetudas pelo BC] ainda não se refletiu totalmente nas taxas [cobradas pelos bancos]. À medida em que a inadimplência se estabiliza e apresente tendência de queda, é natural que o spread [bancário] continue a cair dando espaço para uma redução maior ao tomador final [do crédito]", disse ele.
Linhas para pessoas físicas A taxa de juros do cheque especial, segundo a autoridade monetária, também recuou em junho deste ano, informou o BC. A taxa média cobrada pelos bancos nesta linha de crédito passou de 167,8% em maio para 167% ao ano em junho. Mesmo com a redução, os juros, nesta modalidade, ainda continuam extremamente elevados.
Para compra de veículos, a taxa de juros dos bancos somou 26,9% ao ano em junho, contra 29,2% ao ano em maio. A taxa de junho é o menor valor da série histórica do Banco Central, que tem início em junho de 1994. Para o crédito pessoal, a taxa de juros de junho, que somou 45,6% ao ano, também é a mais baixa desde 1994, informou o BC. Taxa média geral No último mês, segundo a autoridade monetária, também recuaram os juros médios de todas as operações de crédito dos bancos. A taxa geral média de juros bancários, para operações com recursos livres, passou de 37,9% ao ano em maio para 36,7% ao ano em junho - a mais baixa desde dezembro de 2007 (33,8% ao ano).
Empresas
O BC informou ainda que os juros cobrados pelos bancos em suas operações com empresas também caíram em junho, para 27,5% ao ano. Em maio, estava em 28,5% ao ano. Neste caso, é o valor mais baixo desde junho do ano passado, quando somaram 26,6% ao ano. Segundo a autoridade monetária, a taxa cobrada pelos bancos para desconto de duplicata caiu para 40,5% ao ano em junho, contra 42,6% ao ano em maio. É o menor valor desde agosto de 2008 (40,2% ao ano).
Já a taxa média dos bancos para capital de giro recuou para 31,8% ao ano em junho, na comparação com 33,2% ao ano em maio. A taxa do mês passado é a mais baixa desde junho de 2008, quando estava em 30,4% ao ano. Spread bancário No caso do "spread bancário", que é a diferença entre a taxa de captação dos bancos e os juros cobrados de seus clientes, o valor ficou em 27,2 pontos percentuais em junho, contra 28,1 pontos percentuais em maio deste ano.
O spread bancário é composto pela taxa de inadimplência, pelo lucro dos bancos e pelos tributos, entre outros. Com a redução em junho, o spread é o mais baixo desde setembro de 2008, quando estava em 26,4 pontos percentuais. Ou seja, retornou ao patamar de antes do agravamento da crise financeira. Os bancos alegam que o spread subiu na crise por conta do aumento da inadimplência.