A taxa média de juros cobrada pelos bancos em todas suas operações caiu para 38,6% ao ano em abril deste ano, informou nesta quarta-feira (27) o Banco Central. Contra março, quando os juros estavam em 39,2% ao ano, o recuo foi de 0,6 ponto percentual e, contra janeiro deste ano, a redução somou 3,8 pontos percentuais, uma vez que a taxa média de juros dos bancos estava em 43,3% ao ano em dezembro do ano passado.
A queda da taxa média de juros das instituições financeiras foi maior, inclusive, do que o recuo da taxa básica da economia brasileira, a Selic, que é determinada pelo Banco Central a cada 45 dias. Em dezembro do ano passado, a taxa Selic estava em 13,75% ao ano, sendo reduzida para 10,25% ao ano até o final de abril. Ou seja, um recuo de 3,50 pontos percentuais entre janeiro a abril de 2009.
Spread bancário
Isso quer dizer que o "spread bancário", que é a diferença entre a taxa que os bancos pagam pelos recursos e os valores cobrados de seus clientes, foi reduzido neste ano. No fim de 2008, o spread médio dos bancos estava em 30,7 pontos percentuais, caindo para 28,2 pontos percentuais em abril deste ano.
Linhas de crédito
A diminuição dos juros médios cobrados pelos bancos não quer dizer, porém, que todas as taxas estão mais baratas. Segundo dados do BC, a redução foi mais pronunciada para as linhas ofertadas para pessoas físicas.
No caso do cheque especial, por exemplo, a taxa cobrada pelas instituições financeiras somou 166,3% ao ano em abril, contra 169,1% ao ano em março. Ou seja, uma queda de 2,8 pontos percentuais no mês passado. É o menor valor desde julho de 2008 (162,7% ao ano).
A taxa cobrada das pessoas físicas também caiu para o crédito pessoal, para 48,8% ao ano em abril, contra 50,8% ao ano em março. Em 2009, o recuo da taxa de juros desta linha de crédito já soma 7,7 pontos percentuais. Na contramão da redução de juros para pessoas físicas, está a linha de crédito para aquisição de veículos, cuja taxa passou de 29,7% ao ano em março para 29,9% ao ano em abril.
Empresas
Para as empresas, entretanto, os juros subiram para seis linhas de crédito de março para abril. São elas: "hot money", de 55,2% em março para 61,3% ao ano em abril; desconto de duplicata, de 42% em março para 45% ao ano em abril; desconto de promissória, que passou de 61,4% em março para 66,5% ao ano em abril; capital de giro, que subiu de 33,9% em março para 34,6% ao ano em abril; aquisição de bens, cujos juros subiram de 16,9% em março para 18,9% ao ano em abril e, também, a linha de "vendor", cujos juros passaram de 18,4% em março para 19,2% ao ano em abril.