O rio Parnaíba, além de ser fonte de vida, também é fonte de renda para muitas famílias que utilizam o trecho do rio na Avenida Maranhão para lavagem de carros.
O espaço se tornou rentável não apenas para os lavadores, mas ali também se instala um comércio variado. No entanto, com a chegada das férias, os trabalhadores do local reclamam de queda nos lucros.
Em média, são lavados 800 carros por mês. Wellington Ferreira de Sousa, da Associação dos Lavadores, conta que, no mês de junho, esse número ficou 70% menor. O fato decorre da chegada das férias, quando as famílias viajam mais.
Tiago Alves é um usuário do serviço oferecido e conta que a procura se dá pelos baixos preços oferecidos pelos lavadores, que variam entre 12 e 15 reais. Tiago conta que se fosse em um posto de lavagem convencional pagaria o dobro. Para ele, a economia compensa, mas como zelo, costuma acompanhar todo o processo de lavagem.
A freguesia que frequenta o local atrai também outros setores da economia. É comum ao longo do rio notar vendedores de peças de carros, lanches e principalmente CDs de filmes e música.
O jovem Antônio Carlos vende CDs e também reclama no decréscimo das vendas. O jovem fala que costuma vender mais nos finais de semana e espera que com o término das férias as vendas voltem ao normal.
Nos finais de semana, quando é mais rentável, Antônio costuma retirar cerca de 150 reais por dia. Esta não é a única fonte de renda do rapaz, pois se divide entre as vendas de CDs e aromatizador de carro e a lavagem dos veículos.
Lavadores reclamam da quebra de filtro na beira do rio
Muito se escuta falar da reclamação quanto a sujeira jogada no rio. Sabão e óleo derramados dos carros vão diretamente para o Panaíba. Para isso, a prefeitura instalou 10 filtros que retiram resíduos, os quais escoam do processo de lavagem, antes que a água volte ao rio.
No entanto, a Associação dos Lavadores de carro reclama que, atualmente, apenas 8 destes filtros estão funcionando.
"Por falta de manutenção, acabou quebrando. Já procuramos a prefeitura e não recebemos retorno. Tem quase um ano que não funciona e a sujeira está descendo para o rio normalmente", diz Wellington Ferrreira.
Para a professora de Gestão Ambiental do IFPI, Lilian Melo, a lavagem de carro na beira do rio provoca dois tipos de impactos, o social e o ambiental.
"Não podemos desconsiderar o impacto social e ver o impacto ambiental de forma isolada. Ali é o sustento de mais de 50 famílias, e não podemos simplesmente retirar isto deles", explica Lilian.
Lilian fala que o impacto social seria grande se fosse retirada dos trabalhadores esta alternativa de renda. E isso vai desde o aumento do desemprego, até o acréscimo de violência na cidade, já que provocaria um ócio na população atingida.
Os lavadores de carro da Avenida Maranhão se dividem em 43 postos de lavagem que possuem um dono especifico, que por sua vez contrata em média 3 ou 4 trabalhadores como ajudantes.
Quanto à questão ambiental, a estudiosa conta que a atividade não provoca um impacto grande, porém não é considerado desprezível. Frente a outros problemas que o rio passa, a atividade não provoca um impacto grande, por conta de que a região onde é feita tem grande vasão de água.
A equipe de reportagem procurou a SDU para esclarecer a situação dos filtros, que hoje é a única alternativa utilizada para minimizar o impacto. A informação é de que os filtros são limpos de forma periódica.
A limpeza tanto deve dar conta dos filtros como da área do Parque Ambiental às margens do rio. Está prevista uma atividade para o mês de junho, quando os responsáveis pela limpeza devem observar os filtros que atualmente estão quebrados.