Os brasileiros pagam as ligações de celular pré-pago mais caras da América Latina, de acordo com uma pesquisa feita em 20 países.
O estudo realizado pela rede de pesquisas sobre o setor de telecomunicações na América Latina Diálogo Regional sobre Sociedade da Informação (Dirsi) e desenvolvido pelo economista Hernan Galperin, da Universidade de San Andrés, em Buenos Aires, aponta que o usuário de celular pré-pago no Brasil gastou em média cerca de US$ 45 (R$ 80) no segundo trimestre do ano passado. O valor é bastante superior ao gasto do segundo país da lista, Honduras, com US$ 25,69 (R$ 45).
Os gastos foram calculados a partir de uma "cesta básica" criada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que inclui 30 ligações variadas (locais e de longa distância) de dois minutos e 33 mensagens de texto por mês. No Paraguai, o pacote fica em torno de US$ 6 (menos de US$ 11).
Segundo o Dirsi, a média dos 20 países da América Latina e Caribe pesquisados é de US$ 24 (R$ 42,50), quase o dobro dos países da OCDE (que inclui Estados Unidos e nações europeias), de US$ 13 (R$ 23), e mais do que o triplo da média dos mercados do sul da Ásia, de US$ 7 (R$ 12).
Além disso, o estudo compara as taxas com a renda da população, tentando estabelecer a acessibilidade do serviço. O serviço é considerado acessível quando um usuário gasta menos de 5% de seus renda para comprá-lo. Os resultados da pesquisa mostram que, com exceção da Costa Rica, o custo do serviço na América Latina supera a capacidade de pagamento dos usuários.
Os países pesquisados foram Brasil, Honduras, Uruguai, México, Argentina, Venezuela, Peru, Nicarágua, Panamá, El Salvador, Chile, República Dominicana, Colômbia, Guatemala, Trinidad e Tobago, Equador, Bolívia, Paraguai, Costa Rica e Jamaica.