O Santander, maior banco da zona do euro, viu o lucro do primeiro semestre cair pela metade, ainda sentindo os desdobramentos da crise imobiliária de 2008. O banco espanhol teve lucro líquido de ? 1,7 bilhão (cerca de R$ 4,2 bi).
A instituição ainda sofre com as dívidas de empréstimos e financiamentos que vieram com a crise imobiliária de 2008. Para cumprir obrigações com os órgãos reguladores da União Europeia (UE), o banco está precisando liquidar essas dívidas, que devem chegar a ? 8,8 bilhões até o final do ano.
Analistas esperavam que o lucro no Brasil pudesse ser maior e ajudar a matriz que sofre com o agravamento da crise na Europa. O lucro líquido do Santander Brasil (SANB11) foi de R$ 1,464 bilhão no 2º trimestre, queda de 5,48% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O banco sofreu menos que outros rivais na Espanha com a crise no país devido aos seus negócios diversificados no Brasil, México, Polônia e Reino Unido. A América Latina responde por metade do lucro do Santander.
Porém, analistas apontaram as menores receitas na região e maiores perdas em crédito, especialmente no Brasil, onde a economia está passando por desaquecimento, elevando os calotes no setor bancário.
"O Brasil foi a grande decepção", disse Jaime Beceriil, do JP Morgan.
Seguindo quadro apresentado pelos rivais Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), o Santander Brasil fechou o 2º trimestre com aumento da inadimplência, com alta de 49% na provisão para créditos de liquidação duvidosa (aqueles com maior risco de não serem pagos), chegando a um montante de R$ 3,8 bi.