Lucro líquido da Petrobras encolhe 38% no primeiro trimestre do ano

Fraco desempenho está associado à queda nas vendas de derivados de petróleo, margens mais baixas do diesel e à diminuição das exportações

A empresa anunciou a distribuição de R$ 13,45 bilhões em dividendos | Reuters
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A redução nas vendas de combustíveis no mercado interno e a desvalorização do real frente ao dólar afetaram o lucro da Petrobras no primeiro trimestre deste ano. O ganho foi de R$ 23,7 bilhões, representando uma queda de 37,9% em comparação com os R$ 38,156 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

FORA DO ESPERADO

O resultado ficou aquém das expectativas dos analistas de mercado, que estimavam um lucro de aproximadamente R$ 28,3 bilhões (ou cerca de US$ 5,5 bilhões, considerando uma taxa de câmbio de R$ 5,15) para o trimestre.

A empresa anunciou a distribuição de R$ 13,45 bilhões em dividendos, um valor também abaixo das projeções dos bancos, que esperavam cerca de R$ 15,4 bilhões. Isso representa uma queda de 45% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, antes da revisão da política de distribuição de lucros aos acionistas pela empresa.

O menor desempenho ocorreu apesar de um leve aumento no preço do petróleo no mercado internacional. O preço médio do barril do Brent subiu 2,4%, de US$ 81,27 no primeiro trimestre de 2023 para US$ 83,24 no primeiro trimestre deste ano.

DESVALORIZAÇÃO DO REAL

A Petrobras atribuiu a piora no desempenho financeiro à desvalorização do real em relação ao dólar. No primeiro trimestre deste ano, o resultado financeiro foi negativo em R$ 9,6 bilhões, com perdas de R$ 4,343 bilhões apenas devido a variações cambiais, além de gastos com arrendamentos e despesas de financiamento.

PREJUÍZOS

A empresa enfrentou uma queda nas vendas de derivados de petróleo no mercado interno, uma redução na margem do diesel e uma diminuição nas exportações, especialmente de gasolina.

A queda nas vendas foi impulsionada pela demanda de mercado e paradas programadas, enquanto as exportações foram afetadas pela desvalorização das cotações internacionais e paradas de manutenção ocorridas no trimestre.

A Petrobras também mencionou a perda de participação para o etanol hidratado no abastecimento de veículos flex devido ao aumento do teor mínimo de mistura obrigatória de biodiesel, bem como a vantagem econômica do etanol em relação à gasolina, com os preços do etanol ficando em média 63% dos preços da gasolina no primeiro trimestre deste ano, tornando mais vantajoso abastecer com etanol sempre que essa relação ficar abaixo de 70

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