SÃO PAULO - Roman Abramovich, dono do time de futebol inglês Chelsea, venceu uma batalha judicial contra seu antigo sócio, Boris Berezovsky - que pedia US$ 6 bilhões por ter sido, supostamente, intimidado à vender sua parte na petrolífera Sibfnet por um preço descontado. Os dois fazem parte da famosa classe de russos que ficou bilionária na era de privatizações após o fim da União Soviética.
"Berezovsky foi uma testemunha impóssivel de se confiar, mostrando um conceito de "verdade" que parecia transitório e flexível", afirmou a juíza Elizabeth Gloster. Na visão dela, Berezovsky estava sendo deliberadamente desonesto, ao falar que Abramovich estava intimidando-o com suas conexões políticas no governo russo.
Berezovsky havia sido bastante influente no governo de Boris Ieltsin, quando apresentou Abramovich para a direção do país, mas perdeu influência sob o governo de Vladimir Putin. Abramovich continuou com apoio politico, e supostamente teria utilizado essa conexão para obrigar o sócio a vender sua participação na empresa. Posteriormente, Abramovich vendeu a Sibfnet à estatal russa Gazprom, atual controladora.
Além de serem sócios na Sibfnet, os dois russos foram acusados de manter participação na MSI (Media Sports Investments), holding que investiu volumosas quantias no clube brasileiro Corinthians - inclusive com a aquisição do atacante argentino Carlos Tévez. Curiosamente, Abramovich é dono do Chelsea, que estará no mundial interclubes da Fifa, podendo enfrentar o Corinthians. O russo tem uma fortuna de US$ 12,1 bilhões.