O nome científico Ólea européa faz referência ao óleo extraído de seus frutos e também ao continente onde a oliveira é mais cultivada. A Espanha é o maior produtor mundial do azeite e uma das principais cidades é Monterrubio de la Serena, que fica no sudoeste da Espanhae é cercada por plantações. Fica na comunidade autônoma de Estremadura, que faz fronteira com Portugal.
monterrubio de la serena - espanha
Os campos de solos pedregosos sustentam oliveiras centenárias, que produzem uma média de 50 quilos de azeitonas por planta.
Duas variedades são dominantes: a picual e a hojiblanca e cada uma produz um tipo de azeite. A produção se assemelha à do vinho, onde cada variedade de uva dá uma bebida com sabor diferente.
Nessa região, as videiras dividem espaço com as oliveiras porque o calor do verão e o frio rigoroso do inverno favorecem o desenvolvimento. Entretanto, o técnico agrícola Antônio Fernandez explica que, na prática, as duas culturas caminham separadas.
Quem produz azeitonas se dedica exclusivamente a essa cultura, como é o caso do senhor Julian Torres, que fica entusiasmado ao falar de suas plantas. Ele cultiva oito hectares, que recebeu de herança dos pais e que, por sua vez, herdaram as terras dos avós.
Julian mostra uma árvore com carga excepcional, que chega a produzir 150 quilos. Os galhos são tão carregados que precisam de estacas de sustentação.
O que mais pesa no custo de produção da oliveira é a irrigação, feita no verão, e a mão de obra com a colheita.
Julian colhe manualmente, no sistema antigo. Ele forra bem o chão da árvore com uma manta e bate na árvore com uma vara, mas reclama que no pico da safra precisa contratar gente para ajudar e a mão de obra é bastante cara.
O vizinho, Rafael Partido, tem 33 hectares. A máquina que ele comprou é acoplada ao trator e tem uma espécie de mão mecânica que segura o tronco da oliveira. Depois surge uma lona, que envolve toda a copa da planta, que então balança com a vibração provocada pela máquina e derruba as azeitonas. Homens fazem um repasse com a vara.
Rafael explica que a máquina faz o serviço de vários homens. ?Economiza mão de obra e, além disso, quando termina a colheita, eu posso alugar a colheitadeira para os vizinhos e conseguir uma renda extra?, diz.
Duas cooperativas de produtores de Monterrubio se encarregam de receber as azeitonas e produzir o azeite. Primeiro, os frutos passam por uma limpeza que separa galhos e folhas. Depois, as azeitonas são lavadas e trituradas com caroço e tudo até virar uma massa.
Já dentro de uma centrífuga, acontece a separação da água e do azeite. A cooperativa vende o produto a granel e também envaza o azeite com sua marca própria.
O presidente da cooperativa, Juan Medina, diz que além de processar as azeitonas, a cooperativa fornece aos sócios todos os insumos com preços muito melhores que os do mercado. ?Nós produzimos azeites de alta qualidade que recebem selo de denominação de origem. Exportamos para o Japão, Europa, Estados Unidos e para o Brasil, que, aliás, é um dos maiores compradores do azeite espanhol?.
De fato, o Brasil é o quinto maior consumidor de azeitonas e azeite de oliva do mundo. Nós gastamos mais de R$ 250 milhões anuais nas importações desse produto.