Pergunte ao presidente do Brasdesco, M?rcio Cypriano, quanto tempo de seu dia ele dedica exclusivamente ? gest?o da marca do banco. Primeiro, ele responder?: ?Nenhum.? Depois, ele completar?: ?Cada minuto do meu dia.? H? uma diferen?a enorme entre as duas respostas, mas ambas s?o absolutamente verdadeiras, como o pr?prio Cypriano explica. ?A marca n?o requer um trabalho espec?fico. Ela ? conseq??ncia de todas as tarefas que realizamos dentro e fora de nossa organiza??o. Ela reflete o que fazemos a cada momento de cada dia em cada lugar onde nos encontramos.? Pode parecer uma defini??o generalista, um tanto intuitiva, mas ? bom prestar aten??o nela. Com essa f?rmula, a marca Bradesco acumulou um valor superior a R$ 11 bilh?es em 2007, 39% a mais do que no ano anterior. Assim, ela manteve o posto de A Marca Mais Valiosa do Brasil, segundo estudo da BrandAnalytics/ Millward Brown.
O banc?o da Cidade de Deus ocupa o topo do p?dio entre as 135 empresas de capital aberto que participaram da pesquisa. Trata-se da nata do capitalismo brasileiro. Juntas, elas det?m marcas que, somadas, valem R$ 1,46 trilh?o, o equivalente a 56% do PIB do Brasil. ?Esses resultados mostram que as marcas entraram definitivamente nas preocupa?es estrat?gicas das companhias brasileiras?, afirma Eduardo Tomiya, presidente da BrandAnalytics, especializada em gest?o de marcas. ?Hoje, elas s?o vistas como parte fundamental dos ativos de uma organiza??o.?
ARTE: ALEX SILVA
Uma leitura mais atenta dos n?meros do estudo pode revelar um bocado sobre o Pa?s. Gra?as aos juros mais altos do mundo e a uma explos?o no volume de cr?dito, os bancos continuam dando um passeio sobre esses setores. As tr?s primeiras coloca?es da pesquisa pertencem a institui?es financeiras ? atr?s do Bradesco, v?m Ita? e Banco do Brasil. Outro tra?o da economia brasileira revelado pela pesquisa ? o advento de uma massa de cidad?os das classes C e D ao universo do consumo. Mais uma vez, o primeiro lugar do Bradesco, o banco mais pr?ximo da baixa renda, confirma essa tend?ncia. O desempenho do Banco do Brasil, outro ref?gio financeiro da base da pir?mide social, tamb?m serve como prova para essa tese. Sua assinatura valorizouse mais de 62% no ano passado. Nenhum outro participante atingiu tal n?vel de expans?o. A melhoria da renda e do emprego tamb?m ajudam a entender a posi??o privilegiada de algumas marcas de cerveja, como a Skol e a Brahma, e as surpresas, como a presen?a na lista da MRV, construtora mineira especializada em apartamentos populares. Com base em indicadores financeiros das empresas listadas na Bovespa, o estudo da BrandAnalytics avalia quanto uma marca agrega de valor para os acionistas (leia o quadro A f?rmula da riqueza). S? participam desse universo marcas brasileiras. Neste ano, um novo ingrediente tornou ainda mais preciso o valor apurado de uma grife. Uma metodologia desenvolvida pela Millward Brown, uma das maiores consultorias de marcas no mundo, permite identificar o grau de compromisso dos consumidores em rela??o ?s marcas presentes no Pa?s, sejam elas nacionais, sejam estrangeiras (leia o quadro O consumidor fiel). Para isso, no Brasil foram ouvidas 11,2 mil pessoas de todas as faixas de renda. E a voz do povo disse que n?o h?, no Brasil, nome mais forte do que Coca-Cola. ?O consumidor mant?m uma rela??o de comprometimento e paix?o com o refrigerante e tudo o que ele representa?, afirma Tomiya.
BI? BARREIRA/AG. ISTO?
AG?NCIA DO BRADESCO: AQUISI??ES CERTEIRAS AMPLIAM A ATUA??O DO BANCO E SERVEM COMO AVAL AO SLOGAN BRADESCOMPLETO
BI? BARREIRA/AG. ISTO?
?E a for?a da marca vem da coer?ncia das a?es comerciais e corporativas com esse princ?pio.? Outro impulso vem do ex?rcito de 719 mil revendedoras da empresa, que, na pr?tica, funcionam como garotas-propaganda dos produtos. Num momento de crise, como o da Natura, o envolvimento dos consumidores se torna a grande suste