O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (13) que "sem dúvida os bancos públicos exerceram papel anticíclico importante" no momento de crise, ao ser questionado por jornalistas sobre o comentário do presidente-executivo do Itaú-Unibanco, Roberto Setúbal, que disse que as taxas de juros praticadas pelos bancos públicos não seriam "sustentáveis"."O Brasil tomou as medidas certas na hora certa", disse Meirelles em evento em São Paulo. "E agora, com a expansão dos bancos públicos, chegou a hora que os bancos privados terão que recuperar o terreno, senão vão perder mercado."
Nesta quinta-feira, o resultado trimestral do Banco do Brasil mostrou que a instituição voltou ao posto de maior banco do país em ativos. A liderança do Banco do Brasil, no ranking de ativos do sistema financeiro nacional, foi perdida em novembro do ano passado, quando o Itaú e o Unibanco anunciaram a fusão - operação que criou a maior instituição financeira do hemisfério sul naquele momento. Bradesco O presidente do conselho de administração do Bradesco, Lázaro Brandão, presente ao mesmo evento, não quis comentar sobre a fala de Setúbal.
Questionado, porém, sobre se os bancos privados podem reduzir os juros cobrados, disse que "podem e estão fazendo". No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o resultado do Banco do Brasil mostra que "os bancos públicos estão podendo emprestar um volume maior a taxas [de juros] menores e isso é sustentável".