O dólar comercial fechou em alta de 0,71%, a R$ 2,148 nesta segunda-feira (10). Pela primeira vez no ano, o Banco Central realizou dois leilões num mesmo dia para tentar segurar a alta do dólar, depois que a moeda subiu mais de 1% e chegou a valer R$ 2,16.
Com a forte atuação do BC, o dólar desacelerou a alta, mas operadores argumentavam que a cotação continuava pressionada devido ao cenário externo.
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A disparada do dólar foi desencadeada pela decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor"s de melhorar a perspectiva da nota de crédito dos Estados Unidos, alimentando expectativas de que o banco central do país comece a diminuir seu estímulo monetário.
Além disso, dados ruins da economia chinesa também contribuíam com o cenário de valorização do dólar, pressionando o setor de extração de matérias-primas.
"Apesar do leilão (do BC), a desaceleração da China e o rating dos Estados Unidos continuavam pressionando o dólar", afirmou o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca.
Diante desse cenário, no início da tarde, o BC anunciou o primeiro leilão equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro, mas cotação da moeda norte-americana desacelerou pouco.
Depois, o BC realizou novo leilão, nas mesmas condições do primeiro, fazendo com que o dólar reduzisse mais a alta ante o real. No primeiro leilão, foram vendidos 20 mil contratos e, no segundo, outros 22,5 mil.
A última vez que o BC fez dois leilões em uma mesma sessão foi no dia 26 de dezembro, quando a moeda rondava R$ 2,08.
"Ficou claro que essa atual taxa (do dólar) não interessa porque ela anula o esforço do aumento na taxa de juros para controlar a inflação", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, referindo-se à Selic, atualmente em 8%.