A alta de 15% no dólar em 2013, a maior dos últimos cinco anos e que encareceu passagens e hotéis cotados em moeda estrangeira, não impediu que os gastos de brasileiros no exterior crescessem e batessem novo recorde histórico no ano passado.
Segundo números divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (24), as despesas de brasileiros lá fora somaram US$ 25,34 bilhões em todo o ano passado, o que representa um crescimento de 14% sobre 2012 ? que era o recorde anterior, com gastos de US$ 22,23 bilhões).
O aumento dos gastos no exterior está relacionado, segundo economistas, com a continuidade dos crescimentos do emprego e da renda no Brasil, mesmo com um ritmo menor de expansão, e também com os baixos preços de produtos em alguns países.
Alta do IOF
No fim do ano passado, porém, o governo brasileiro adotou medidas para tentar conter esse tipo de gasto. A alíquota do IOF incidente nos pagamentos em moeda estrangeira feitos com cartão de débito, saques em moeda estrangeira no exterior, compras de cheques de viagem (traveller checks) e carregamento de cartões pré-pagos foi elevada de 0,38% para 6,38%. Com isso, essas operações passaram a ter a mesma tributação dos cartões de crédito internacionais.
Histórico de gastos no exterior
Em 2012, os gastos no exterior haviam somado US$ 22,2 bilhões, contra US$ 21,2 bilhões no ano anterior. Deste modo, o crescimento de 2011 para 2012 foi de 4,5%.
Até 1994, quando foi editado o Plano Real, que conteve a hiperinflação no Brasil, os gastos de brasileiros no exterior não tinham atingido a barreira dos US$ 2 bilhões. Naquele ano, somaram US$ 2,23 bilhões. Entre 1996 e 1998, as despesas no exterior oscilaram entre US$ 4 bilhões e US$ 5,7 bilhões.
Com a maxidesvalorização cambial de 1999, com o dólar subindo acima de R$ 3 em um primeiro momento, as despesas no exterior também ficaram mais caras. Com isso, os gastos voltaram a recuar e ficaram, naquele ano, próximos de US$ 3 bilhões.
As despesas de brasileiros em outros países voltaram a atingir a barreira de US$ 5 bilhões por ano somente em 2006. Desde então, têm apresentado forte crescimento. Em 2007, 2008 e 2009, por exemplo, atingiram, respectivamente, US$ 8,2 bilhões, US$ 10,9 bilhões e US$ 10,8 bilhões.