As montadoras aproveitam o apelo dos últimos dias com desconto de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e preparam feirões para o final de semana. Segundo reportagem da Folha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já decidiu prorrogar novamente a redução, mas nada ainda foi confirmado.
Os eventos terão descontos, IPVA grátis e taxas reduzidas (veja os endereços abaixo), mesmo com a falta de alguns carros nas concessionárias --a espera chega a 90 dias. Como o governo não confirma se o IPI menor será prorrogado, a expectativa das montadoras é ter uma das melhores vendas do ano neste final de semana.
Segundo a GM e a Fiat, os dez primeiros dias de junho tiveram aumento de 15% nos emplacamentos. A expectativa é fechar junho com recorde de vendas.
A GM (General Motors) terá liquidação da linha 2009 e lança os modelos de 2010.
A Fiat aproveita para lançar o feirão "tudo zero". O Mille Fire Economy, por exemplo, tem IPVA de graça. A Volks também entra na corrida pelo fim do IPI e oferece, até domingo, IPVA grátis para a linha Fox 2010. A Ford fará feirão com financiamento facilitado em até 80 meses e ofertas como a do Fiesta Hatch, que sai por R$ 26.500.
A falta de opções de alguns veículos não preocupa as montadoras. Segundo a Fiat, é possível que o consumidor não encontre todas as opções de cor e acessórios. A empresa, que tem estoque de 5.000 carros para pronta entrega, diz que a vantagem do feirão é ter mais opções nos locais de venda.
Em consulta feita pelo Agora na quarta-feira, a espera pelos modelos Siena EL, Palio Weekend e Strada Adventure chegava a 90 dias.
Segundo a General Motors, a espera pelas versões do Celta, Meriva e Vectra chega a 30 dias, pois as vendas aumentaram em maio e em junho. Para a Volks, a falta de alguns modelos varia de uma região para a outra.
Uma dica para encontrar bons preços é pesquisar versões 2009 nos feirões.
Renovação do IPI
O governo ainda não confirma a renovação do IPI reduzido por mais três meses. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que "há muito tempo" para uma decisão. "Ainda temos duas semanas para as pessoas irem comprar os produtos", disse.
Na visão do ministro, o incentivo funcionou "muito bem", principalmente a sobre o setor automotivo, que no acumulado do ano até maio já tem uma produção maior do que a do mesmo período do ano passado.
O principal ponto de preocupação sobre a manutenção da redução do IPI é sobre as contas do governo, já que a arrecadação tributária está em queda. Mas Mantega disse não ver esse problema como o maior impeditivo para uma nova prorrogação.
"A queda [na arrecadação] era esperada, mas caiu mais do que o esperado nos últimos dois meses", disse Mantega, levantando inclusive a possibilidade de reduzir o superávit primário para equacionar as contas. "Se necessário for, faremos novas reduções nos gastos."