Mesmo com queda, poupança ainda paga mais que a renda fixa

Os cálculos consideram o juro básico de 8% ao ano e a rentabilidade da poupança de 0,70% da Selic + TR (Taxa Referencial).

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Mesmo com a regra que reduziu sua rentabilidade, a poupança ainda paga mais que a maioria dos fundos de renda fixa atrelados aos juros básicos, que caíram anteontem para 8% ao ano.

O ganho líquido mensal (descontados custos e Imposto de Renda) dos fundos desse tipo com taxa de administração a partir de 1,5% ao ano sempre perde do oferecido pela poupança, segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Nas alternativas com taxa de 1% ao ano, compensa apenas o retorno das aplicações com mais de dois anos, pois a alíquota de IR fica bem mais baixa a partir desse período.

E somente os fundos com taxa de administração de 0,5% ao ano --concedida, normalmente, em aplicações acima de R$ 50 mil-- oferecem ganho sempre igual ou superior ao da poupança.

Os cálculos consideram o juro básico de 8% ao ano e a rentabilidade da poupança de 0,70% da Selic + TR (Taxa Referencial) --fórmula estipulada para depósitos feitos a partir de 4 de maio sempre que o juro for igual ou inferior a 8,5% ao ano.

"Quando o juro era mais alto, remunerando melhor os fundos, os custos não pesavam tanto para o consumidor. Desde que a Selic caiu para menos de 12% ao ano, os fundos de renda fixa começaram a deixar de compensar", diz Miguel Ribeiro, vice-presidente da Anefac.

"A tendência se manteve mesmo com a mudança nas regras da poupança. Daqui para a frente, o investidor vai ter de pesquisar cada vez mais as taxas dos fundos."

Além de comparar os custos antes de aplicar, o investidor deve considerar a possibilidade de mudar os recursos de um fundo para outro quando encontrar alternativas similares mais em conta.

Isso, claro, colocando na ponta do lápis quanto terá de pagar de IR na troca.

Se os recursos estiverem em um fundo há mais de dois anos, por exemplo, o investidor já conta com a alíquota mais baixa possível do IR, de 15% sobre a rentabilidade.

"No caso de surgir fundo similar com taxa de administração menor, o aplicador precisa avaliar se conseguirá manter o dinheiro investido na nova opção por outros dois anos, pois, se tiver de resgatar antes, pagará IR outra vez e com alíquota maior", diz Mauro Calil, educador financeiro.

Se o horizonte for o longo prazo e a diferença de custos expressiva, a troca tende a compensar, diz o especialista. "Há casos de um mesmo tipo de fundo com taxas de administração variando de 4% a 1,5% ao ano conforme a instituição."

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