Morte de executivo Matsunaga terá pouco impacto na marca Yoki, dizem especialistas

A mulher do executivo, Elise Matsunaga, foi acusada de matar e esquartejar o marido e está presa temporariamente

Executivo da Yoki foi decapitado ainda vivo | Divulgação
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Os negócios da empresa Yoki não serão afetados pela tragédia envolvendo a morte do executivo Marcos Kitano Matsunaga, neto do fundador da marca. Esta é a opinião de especialistas sobre a repercussão do caso que, desde o mês passado, vem aparecendo com frequência na imprensa e nas redes sociais.

?Acredito que não vai haver impacto negativo [para os negócios da empresa], porque ficou claro que foi um acontecimento da vida pessoal, e não ligado aos produtos?, diz Maria Arruda, professora de ética e marketing da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV. Segundo ela, as festas juninas, nas quais os produtos da Yoki têm forte presença, devem ajudar a manter o faturamento da marca.

Vendas podem ser afetadas no curto prazo

A mulher do executivo, Elise Matsunaga, foi acusada de matar e esquartejar o marido e está presa temporariamente. Desde a divulgação do crime, o nome da Yoki, que é sucessora da Kitano S/A, fundada em 1960, e tem cerca de 180 produtos no mercado de alimentos, vem sendo usado em piadas de humor negro nas redes sociais.

Para o especialista em marcas Júlio Moreira, da ESPM, as vendas podem ser afetadas no curto prazo, já que ?a marca está na boca do povo por motivos errados?. ?É ruim porque as pessoas vão ao supermercado e se lembram de um crime muito sangrento?, diz.

Segundo Moreira, porém, a repercussão do caso não deve se prolongar, o que fará com que os consumidores deixem de pensar no crime com frequência. ?Os consumidores conseguem separar as coisas, mas agora é um momento de choque.?

Dona da Hageen-Daz comprou a Yoki

A repercussão do crime envolvendo o executivo ocorreu no mesmo período em que foi anunciado o acordo definitivo sobre a compra da Yoki pela General Mills, dona da marca de sorvetes premium Hageen-Daz no fim do mês passado.

De acordo com um comunicado da General Mills, o negócio deve ser concluído durante a primeira metade do ano fiscal de 2013 da empresa, que começou em 28 de maio último.

Consultadas, a Yoki e a General Mills não quiseram se pronunciar sobre as repercussões do crime sobre os negócios da empresa. ?A General Mills já divulgou todos os detalhes que pretendia sobre a transação.? Para os especialistas, a repercussão não afetará a aquisição.

?A aquisição não deve mudar, mas é possível questionarmos se a General Mills vai continuar a usar a nome Yoki para o lançamento de novos produtos?, diz Moreira.

Lançamentos puxam vendas durante festas juninas

Conhecida por alimentos como condimentos, pipocas, salgadinhos, doces e cereais, a Yoki lançou novos produtos no mês passado para alavancar as vendas durante o período de festas juninas. Entre os lançamentos, estão uma pipoca com cobertura de groselha e um pó para sorvete de milho verde.

Para a professora Maria Arruda, a maior exposição dos produtos da empresa nesta época do ano pode ajudar a levantar as vendas. ?O consumidor que é fiel não deixaria de comprar por causa do crime, que não teve nada a ver com a empresa?, diz.

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