“Movimento Anti-Trabalho” cresce nos Estados Unidos com abandono de emprego

País não tem legislação semelhante à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) brasileira, o que deixa o trabalhador mais vulnerável ao mercado.

EUA não tem legislação como a CLT | Arquivo Jornal Meio Norte
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Um grupo de trabalhadores insatisfeitos com o modelo trabalhista adotado pela legislação americana criou um grupo virtual nomeado como "Movimento Anti-Trabalho", em uma tradução livre para Antiwork Movement. Ao contrário do Brasil, onde existe a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que protege minimamente o empregador com relação a remuneração e direitos, o Estados Unidos não dispõe de um dispositivo legal tão complexo.

Isso tem provocado uma onda de insatisfação entre os trabalhadores, que alegam precariedade em diversas profissões. Alguns afirmam que foram chamados atenção porque precisaram sair mais cedo do trabalho para ir a hemodiálise ou quimioterapia, por exemplo. Outros reclamam que levaram advertência por precisar usar o banheiro.

Estados Unidos não tem lei complexa como a CLT para proteger trabalhadores. Crédito: Arquivo Jornal Meio Norte.

As reclamações são compiladas na plataforma Reddit, uma rede social muito famosa entre os norte-americanos. No país, a chamada Lei de Padrões Justos de Trabalho é antiga e não protege os trabalhadores como a CLT brasileira.

O resultado é que sobram vagas nos Estados Unidos. O problema é que essas vagas pagam salários baixos e não possuem garantias mínimas de direitos para os operários. A verdade é que isto soma mais de 10 milhões de vagas de subemprego no país americano. Por outro lado, os pedidos de demissão só crescem. Apenas em setembro, 4,5 milhões de americanos pediram demissão. 

Greves

Não é só o Movimento Anti-Trabalho que pressiona o mercado americano. As greves também estão se tornando mais frequentes na Terra do Tio Sam. Fato que tem impulsionado a aprovação popular dos sindicatos, que chegou a 68%. O índice é o maior registrado desde 1965, segundo pesquisa do Instituto Gallup, de setembro de 2021.

Recentemente, uma fábrica de produtos agrícolas ficou de cabeça para baixo após 10 mil trabalhadores cruzarem os braços. Em outra empresa, uma gigante do mundo dos cereais, um total de 1,4 mil largaram os empregos. A insatisfação e a ausência de direitos fundamentais para o exercício pleno do trabalho está tirando a paciência dos operários americanos.

CLT em crise no Brasil

A reforma trabalhista no Brasil reduziu direitos do empregado. Por outro lado, a legislação é levada em conta em decisões judiciais e o trabalhador tem direito e pleno acesso à justiça para questionar pagamentos e condições de trabalho. Nos Estados Unidos, a legislação se limita a questões de salário mínimo.

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