Em tempos de crise econômica, a zona sul de Teresina tem mostrado que sempre há espaço para novos negócios e empreendimentos. Lanchonetes, academias, salões de beleza, dentre outras atividades estão se multiplicando na região, que antes era majoritariamente residencial e havia poucas opções de comércio.
De modo geral, segundo dados da Junta Comercial do Estado do Piauí (Jucepi), a abertura de empresas na capital cresceu 23% em relação a setembro de 2014. Foram 524 empresas, contra 425 abertas no mesmo período de 2014. A maioria deste número diz respeito aos tipos comerciais encontrados na zona sul de Teresina, que são do tipo jurídico empresarial, com 480 novos pontos.
A empresária Elis Borges, por exemplo, encontrou na zona sul uma excelente oportunidade para firmar o próprio negócio. Ela é responsável por uma filial de lanchonetes especializada em comida nordestina, que tem como carro- chefe a tapioca. “A primeira abrimos no ano passado, a segunda foi em julho”, pontua.
Ela afirma que embora a zona leste aparente ser mais visada, a zona sul apresenta novas oportunidades de mercado. “A nossa busca pela zona sul foi porque havia um déficit em alimentação nesta região. Não havia lojas que viessem com o tema ‘café da manhã’, e muito menos com a nossa proposta nordestina. Nós trazemos a cultura de nosso povo, com um som ambiente que toca Luiz Gonzaga, e que traz um sentimento de identificação com o cliente”, afirma Elis Borges.
Para Alzenir Porto, presidente da Jucepi, a zona sul tem sido visada pelo crescimento populacional e a instalação de grandes empresas nesta região. “O que está acontecendo é uma regra de mercado. Antes de colocar um negócio, ele identifica as necessidades de um determinado local. Nesta região, estão sendo abertas universidades, concessionárias, e isso cria novos negócios ao redor. Até pouco tempo, quem morava na zona sul e precisava ir a um bom restaurante tinha que ir para a zona leste. Hoje isso não acontece mais”, considera.
95% dos negócios são microempresas
Do total de empresas abertas em Teresina, ainda de acordo com dados da Jucepi, foram 480 do tipo jurídico empresário, 32 sociedades empresariais, seis filiais locais e cinco filiais de fora do Estado. 95% das empresas constituídas estão enquadradas no porte empresarial de Microempresa, com renda bruta anual inferior ou igual a R$ 360 mil.
De janeiro a setembro de 2015, foram constituídas 5.123 empresas na capital do Piauí. O levantamento, realizado pela Junta Comercial, apontou o crescimento de 21% com relação ao mesmo período de 2014.
As principais atividades empresariais registradas são comércio e serviços, com destaque para comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns; artigos do vestuário e acessórios; cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal; e cabeleireiros.
Polo empresarial deve receber 25 novas indústrias
O Polo Empresarial Sul, criado por meio da Lei municipal nº 2.515, de 18 de abril de 1997, com o objetivo de fomentar as atividades industriais na cidade, também apresenta novas oportunidades nesta zona da capital. Ele está localizado no Km 13 da BR 316, zona Sul de Teresina. O polo dispõe de 143 hectares, dividido em lotes, cuja área é voltada para a indústria e para empresas do ramo logístico/atacadista.
Atualmente, a área destinada à indústria possui nove empresas em funcionamento que investiram mais de R$ 44 milhões e geram hoje 961 empregos diretos. Com previsão de instalação de mais 25 novas indústrias com investimentos previstos da ordem de R$ 97 milhões e geração de 2.857 empregos.
Já na área logístico/atacadista, 11 empresas foram beneficiadas com concessão de terrenos, os investimentos a serem realizados por estas empresas são da ordem de R$ 22 milhões e 900 mil, com a previsão de geração de 596 novos postos de trabalho.