Apenas 28% dos comerciários de Teresina estudam, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Amostragem que foi divulgada quarta-feira pelo Sindicato dos Comerciários. De acordo com os dados do estudo, 72% da categoria não frequentam nenhuma escola ou faculdade.
A jornada de trabalho é apontada pelos comerciários como o principal motivo desse baixo índice de trabalhadores estudando. Segundo eles, muitas empresas não respeitam a legislação e obrigam seus funcionários a trabalharem mais do que a jornada permite, o que é responsável por tomar grande parte do tempo que seria usado para o aperfeiçoamento. A pesquisa mostra ainda que 87% dos comerciários da capital não recebem auxílio educação da classe patronal.
?Nós estamos com estes dados em mãos, agora o próximo passo é conversar com a classe patronal, para que possamos conseguir melhoras para a categoria. Nós vamos ter uma reunião com a classe patronal na sexta-feira, para discussão da nossa campanha salarial, e já vamos adiantar estas questões. Escolhemos realizar a pesquisa nessa data justamente porque é próximo da data-base e é quando temos a oportunidade de estar em contato com os patrões?, pontuou o presidente do Sindicato dos Comerciários, José Pereira.
A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23 de abril, no comércio da área central da cidade, da zona Leste, da zona Sudeste, na área da Avenida Miguel Rosa, da Avenida Barão de Gurgueia, nos shoppings da cidade, nos supermercados e farmácias de Teresina. No total, foram ouvidos 300 comerciários.
Comerciários são vítimas de preconceito
Um dos maiores problemas, segundo membros do sindicato, apontado na pesquisa é o preconceito sofrido por alguns grupos dentro do comércio em Teresina. O estudo mostra que negros, homossexuais e mulheres se sentem discriminados no seu ambiente de trabalho.
Mais de 35% das pessoas responderam que existe preconceito de cor no ambiente de trabalho do comércio da capital. 46% não concordam que funcionário homossexual é tratado como o heterossexual. Quanto às mulheres comerciárias, mais de 30% delas concordam que sofrem preconceito no seu ambiente de trabalho.
?Nós realizamos esta mesma pesquisa em 2010 e vemos que muitas coisas melhoraram, mas outras não. A discriminação é um dos resultados mais graves da pesquisa. Vemos que o negro, homossexual e a mulher sofrem com o preconceito. No caso das mulheres, nós percebemos que isso acontece principalmente com aquelas que ficam grávidas. Elas são perseguidas e, em alguns casos, acabam sendo demitidas depois de darem à luz?, denunciou.