O Banco Nossa Caixa, que foi comprado no ano passado pelo Banco do Brasil, teve prejuízo líquido de R$ 139,6 milhões no segundo trimestre, que se compara ao lucro líquido de R$ 410,9 milhões registrado um ano antes.
O resultado foi influenciado por ajustes necessários antes da incorporação pelo BB, prevista para ocorrer até o final deste ano. A Nossa Caixa reconheceu algumas obrigações para se adequar aos critérios adotados por seu novo controlador, resultando em provisionamento de despesas adicionais de R$ 155,2 milhões no segundo trimestre. O banco também computou contingências cíveis referentes a planos econômicos, com impacto líquido negativo de R$ 87,7 milhões. Se excluídos os efeitos extraordinários, a Nossa Caixa teve lucro recorrente de R$ 89,9 milhões de abril a junho.
Apesar de positivo, ainda abaixo dos R$ 146 milhões em igual intervalo de 2008 nessa mesma base. O retorno anualizado recorrente sobre o patrimônio líquido médio caiu a 13,44% no segundo trimestre, ante 20,09% um ano antes. A carteira de crédito atingiu R$ 17 bilhões de reais em junho, evolução de 23,3% sobre março e de 61% em 12 meses. O desempenho ficou bastante acima da evolução média do sistema financeiro nacional, de 2,8% no trimestre e de quase 20% em 1 ano, conforme a Nossa Caixa.
O aumento dos empréstimos decorreu da estratégia do banco "de atuar fortemente no crédito consignado, inclusive realizando a compra de carteira de créditos consignados". O total de compras de carteiras de outras instituições nos três meses até junho foi de R$ 2,9 bilhões. Como o crédito cresceu em segmentos de menor risco, não houve aumento da inadimplência. As operações com atraso a partir de 90 dias, que de janeiro a março representavam 4,4% do total da carteira, recuaram a 4,0% no segundo trimestre.